Título: Morre garota vítima de estupro coletivo
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Fonte: Correio Braziliense, 29/12/2012, Mundo, p. 17

A jovem indiana de 23 anos, que sofreu um estupro coletivo e comoveu o país, em 16 de dezembro, na cidade de Nova Délhi, capital da Índia, morreu ontem no hospital em que estava sendo atendida em Cingapura. No início da tarde de sexta-feira, um boletim médico informava que a garota apresentava “uma severa falência de órgãos”, diminuindo suas chances de sobreviver aos graves ferimentos que apresentava.

“A paciente faleceu em paz às 4h45, de 29 de dezembro (6h45 do dia anterior, pelo horário de Brasília)”, segundo boletim do Hospital Mount Elizabeth, para onde a jovem foi levada de helicóptero da Índia. Segundo a equipe, ela apresentrava uma infecção pulmonar com lesões cerebrais e sofreu uma parada cardíaca.

No início da tarde, o médico havia declarado que a equipe do hospital de Cingapura lutava pela vida da menina “colocando-a no maior suporte de ventilação artificial possível e administrando grandes doses de antibióticos, assim como estimulantes que maximizam a capacidade de seu corpo para combater infecções”. Segundo Loh declarou à agência France-Presse, os parentes da garota já haviam sido avisados sobre a condição de saúde da jovem e estavam “ao seu lado para encorajá-la e confortá-la”.

A estudante de fisioterapia, que teve a identidade mantida sob sigilo pelas autoridades e médicos que a atenderam nos dois países, foi violentada, espancada com uma barra de ferro e lançada do interior de um ônibus por seis homens. Ainda na Índia, ela foi atendida em um hospital onde foi submetida a três cirurgias abdominais e sofreu uma parada cardiorrespiratória.

O caso comoveu o país e provocou protestos violentos na Índia, que levaram à morte de um policial em confronto com manifestantes. O estupro e a morte da jovem são considerados por muitos como o estopim para abertura de um amplo debate sobre a segurança pública e a legislação penal indiana. Ativistas acusam os governantes e a polícia de negligenciarem as vítimas de violência sexual. O primeiro-ministro Manhogan Singh anunciou a abertura de uma investigação especial sobre o episódio que classificou de atroz. O Escritório Nacional de Registro de Crimes afirma que a cada 18 horas uma mulher é sexualmente violentada na Índia. Segundo a instituição, dos cerca de 228 mil crimes violentos no país, mais de 228 mil têm como alvo mulheres.