Título: A década dos emergentes
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 27/12/2012, Economia, p. 11

A curto prazo, a previsão não é das melhores. Mas, em 10 anos, o Brasil deve se tornar a quinta maior economia mundial. A projeção, divulgada ontem, é do Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês), da Inglaterra. Até lá, no entanto, o país perderá, ainda em 2012, a atual sexta posição, conquistada há um ano, para o Reino Unido. Segundo o levantamento, o Brasil deve terminar o ano com Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,282 trilhões, pouco abaixo dos US$ 2,443 trilhões previstos para o Reino Unido.

“Estamos na disputa cabeça a cabeça com o Brasil há algum tempo. No ano passado, os brasileiros nos ultrapassaram. Este ano, vamos superá-los. A partir de 2014, no entanto, o dinamismo da economia brasileira deve levar o Brasil decisivamente para uma posição acima do Reino Unido”, disse o diretor-executivo do CEBR, Douglas McWilliams. O Brasil perdeu o posto especialmente pela taxa de câmbio

O estudo da consultoria britânica diz ainda que, além de os brasileiros e outros emergentes avançarem no ranking, todos os grandes países da Europa perderão postos até 2022. Com isso, em uma década, o grupo das cinco maiores potências econômicas globais não contará com nenhum europeu —hoje, Alemanha e França estão na lista.

O grande destaque do estudo, porém, é a Índia. A expectativa de avanço do país asiático, em 10 anos, é de 169%, o que deve fazer o PIB indiano saltar de US$ 1,83 trilhão para US$ 4,93 trilhões. Com isso, deve se tornar a quarta economia do mundo em 2022. Na mesma base de comparação, a atividade da China vai crescer 136%, dando-a a segunda colocação. A projeção é de que o topo do ranking ainda seja dos EUA.

Pelo CEBR, o rol das maiores economia, em 10 anos, seria liderado por Estados Unidos, China, Japão, Índia e Brasil, respectivamente. Na pesquisa, em 2012, os cinco primeiros são Estados Unidos (PIB de US$ 15,643 trilhões), China (US$ 8,249 trilhões), Japão (US$ 5,936 trilhões), Alemanha (US$ 3,405 trilhões) e França (US$ 2,607 trilhões).