Título: Ajuda à espanhola
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Fonte: Correio Braziliense, 27/12/2012, Economia, p. 12
A Espanha sinalizou ontem que pode pedir ajuda financeira ao Banco Central Europeu (BCE). Mas, nas palavras do ministro da Economia, Luis de Guindos, a assistência não seria como o solicitado por Portugal e Irlanda, que implica intervenção econômica da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
“Não é um resgate à portuguesa, à irlandesa (…), não é um resgate em absoluto”, afirmou. As declarações foram dadas durante uma entrevista dada à emissora privada ABC Punto Radio, cuja pauta era o programa anunciado em setembro pelo BCE que lhe permitiria comprar, no mercado secundário, dívida dos países da Zona da Euro que o solicitarem.
“O governo espanhol, ‘na data de hoje’, decidiu não pedir a assistência financeira que implica nesse programa do BCE, mas isso não significa, como disse o presidente do governo (Mariano Rajoy), que não possa pedi-la no futuro”, comentou De Guindos.
Além disso, o ministro espanhol considerou “excessiva” a diferença entre os juros que devem ser pagos pela Espanha para obter financiamento e os que paga a Alemanha, mas a atribuiu principalmente “à existência de dúvidas sobre o futuro do euro”. “A Espanha precisa que sejam dissipadas e eliminadas as dúvidas sobre o futuro do euro”, ressaltou, enfatizando que, atualmente, essas preocupações já são menores que há seis meses.
O anúncio do programa de compra de dívida do BCE bastou para relaxar sensivelmente a tensão dos mercados sobre a dívida espanhola. De Guindos enfatizou que a política de redução do deficit público empreendida pelo governo de Rajoy deve melhorar a percepção do país nos mercados.