Correio braziliense, n. 20858 , 01/07/2020. Política, p.5
Luppi pede investigação dos Bolsonaros
Israel Medeiros*
01/07/2020
Se a família Bolsonaro for investigada com profundidade, “não fica pedra sobre pedra”. A acusação é de Carlos Luppi, presidente nacional do PDT, em entrevista ontem ao CB.Poder — parceria entre Correio Braziliense e TV Brasília. Ele ressaltou as possíveis ligações da família do presidente com milícias, no Rio de Janeiro.
“As alianças com a milícia são financeiras e eleitorais. Os milicianos ganham dinheiro com gás, gatonet, conseguem votos. Na nossa opinião, se mexer com profundidade na família Bolsonaro, não fica pedra sobre pedra. No caso de Flávio, já é um processo que vem de antes da eleição. Esse (Fabrício) Queiroz é muito conhecido no Rio por causa da milícia. E ele escolheu que lugar para se esconder? A casa do advogado da família Bolsonaro”, lembrou Luppi.
O ministro do Trabalho no governo Dilma Roussef minimizou as afirmações de Bolsonaro de que as investigações da sua família são para prejudicá-lo eleitoralmente. Para ele, se o presidente não cometeu irregularidades, não deveria estar preocupado. “Fui ministro de Estado. Tive vários processos, mas estou aqui. Quem não deve não teme. Acho que essa investigação tem que ir fundo”, defendeu.
Segundo Luppi, há a articulação de cinco legendas por um pedido de impeachment, mas outras siglas devem aderir ao movimento. “Vem mais gente. Começamos a unir os partidos em cima de um projeto de impeachment porque consideramos que Bolsonaro já cometeu todos os crimes de responsabilidade para tal. Tem o PDT, PSB, REDE, PV, Cidadania, agora está entrando PT e, provavelmente, deve entrar o PSol. Queremos todos aqueles que querem preservar a democracia”, afirmou.
Para Luppi, o período da pandemia não é uma boa hora para falar sobre eleições. Mas, se depender dele, o ex-presidenciável Ciro Gomes será o nome para disputar o Palácio do Planalto em 2022, e sem estar coligado ao PT.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi