O Estado de São Paulo, n.46236, 20/05/2020. Política, p.A10

 

Senado analisa representação contra Flávio há três meses

Camila Turtelli

20/05/2020

 

 

Oposição entrou com pedido de cassação do filho do presidente por quebra de decoro em 19 de fevereiro

Espera. Representação contra Flávio aguarda parecer

Um pedido de cassação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) completou três meses parado no Senado ontem. Parlamentares do PSOL, Rede e PT protocolaram em 19 de fevereiro representação no Conselho de Ética contra o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

“O pedido foi protocolado e, dentro do prazo regimental, encaminhado para a Advocacia-Geral do Senado”, disse o presidente do Conselho de Ética, senador Jayme Campos (DEMMT). Segundo ele, não há prazo para o parecer técnico da advocacia ficar pronto, mas pode haver atraso por causa da pandemia do novo coronavírus.

No pedido original, os partidos acusaram Flávio de quebra de decoro parlamentar por suposto envolvimento com milicianos, suposta prática de “rachadinha” (ficar com parte do salário de servidores) e por manter funcionários fantasmas em seu gabinete da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) quando era deputado estadual.

Os deputados citam suposta relação do senador com o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em uma operação policial na Bahia no dia 9 de fevereiro. Segundo o Ministério Público do Rio, Adriano teria se beneficiado da “rachadinha” na Alerj.

Ontem, os autores do pedido de cassação fizeram um adendo ao processo para incluir a acusação do suplente de Flávio, Paulo Marinho (PSDB), de que ele foi informado com antecedência sobre a Operação Furna da Onça, que mirou esquema de rachadinha na Alerj. Campos disse que vai anexar as novas denúncias ao pedido original.