O Estado de São Paulo, n.46244, 28/05/2020. Metrópole, p.A18

 

País tem 1.086 novas mortes; total passa de 25 mil

Roberta Paraense

28/05/2020

 

 

Com 411 mil infecções, Brasil ocupa a segunda posição entre as nações com mais casos de covid-19 no mundo, atrás apenas dos EUA

Belém. Pazuello demonstrou preocupação com o interior

O Brasil contabilizou 1.086 novas mortes causadas pela covid-19 em 24 horas, elevando o total de óbitos pela doença para 25.598, segundo o Ministério da Saúde. De terça para quarta, houve registro de 20.599 novos casos de infecção pelo coronavírus e agora são 411.821 pessoas contaminadas – foram registrados mais de 100 mil novos casos em menos de uma semana.

Do total de óbitos confirmados, somente 500 ocorreram nos últimos três dias. O restante ocorreu em período anterior, mas só teve agora a confirmação. O ministério informou que outros 4.108 óbitos estão em investigação por suspeita de covid-19.

A pandemia do novo coronavírus se tornou a principal causa de mortes por dia no País. O maior número de infecções continua em São Paulo, com 89.483 diagnósticos e 6.712 mortes. O Rio tem 42.398 casos e 4.605 óbitos. No Ceará são 37.275 infecções e 2.671 mortes.

O Brasil segue ocupando a segunda posição entre as nações com mais casos de covid-19 no mundo e fica atrás apenas dos Estados Unidos, que acumulam mais de 1,6 milhão de infectados, segundo dados compilados pela plataforma da Universidade Johns Hopkins até as 19 horas desta quarta-feira.

Na lista das nações com mais mortes acumuladas, o Brasil ocupa a 6.ª posição. Só fica atrás de Estados Unidos (100.047), Reino Unido (37.542), Itália (33.072), França (28.599) e Espanha (27.117).

Em todo o mundo, a covid-19 já infectou 5,6 milhões de pessoas, causando a morte de 353 mil delas, também de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins. Depois do início do surto na China em dezembro, pico na Europa e nos Estados Unidos em março e abril, a América do Sul passou a ser considerada o novo epicentro da doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, existe “um aumento exponencial” de óbitos diários no Brasil. A expectativa é de que, em 22 de junho, a média seja de 1.020 mortes por dia. “Este não é o momento de flexibilizar as restrições. É preciso permanecer forte, vigilante, e implementar as medidas com eficácia comprovada.”

Carissa afirmou que “não há dúvidas” de que a América é o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus, e chamou a atenção para os Estados Unidos e para o Brasil, que vêm registrando os maiores números diários de novos casos da doença. Peru, Chile e México também foram citados pela diretora como exemplos de países que vivem um momento crítico no crescimento de infectados.

Viagem. Para acompanhar os trabalhos de combate à pandemia do novo coronavírus no Pará, o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello, desembarcou em Belém ontem. Pazuello fez uma rápida visita a dois hospitais da rede estadual exclusivos para o tratamento de infectados pela covid-19.

“É importante compreender que, depois do impacto na capital e região metropolitana, é provável que nós tenhamos um impacto no interior. E continuar melhorando a capacidade da capital é necessário para que tenhamos a possibilidade de fazer frente à demanda.” O Pará tem 31 mil infectados e 2.545 mortes.

Acompanhamento

219.576

É o número de infectados ainda em acompanhamento, de acordo com o Ministério da Saúde. O número representa 53% do total de casos confirmados da covid-19 no Brasil.