Título: Antecipação em dois anos no Rio
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 14/01/2013, Política, p. 2

Se em Minas as discussões são veladas, no Rio de Janeiro o governador, Sérgio Cabral, resolveu antecipar em quase dois anos a eleição de 2014. No ano passado, ele já anunciou que vai apoiar a candidatura do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, para a sua sucessão. A revelação veio logo após a vitória do prefeito Eduardo Paes, reeleito com folga no primeiro turno com apoio de Cabral. Aliado do grupo, o deputado federal Leonardo Picciani não acredita que a antecipação gerará desgaste. "Houve essa necessidade porque o Pezão precisa se tornar mais conhecido da população. Ele já está vinculado aos programas positivos do governo Cabral, que é muito bem avaliado", comenta o parlamentar. "Pezão é o grande gestor do governo e o Cabral designa o vice-governador para tarefas executivas importantes. Acho que o anúncio acabou antecipado até porque possíveis adversários fizeram essa escolha primeiro", finaliza.

Picciani faz menção aos dois possíveis oponentes de Pezão: o senador petista Lindbergh Farias e o deputado federal Anthony Garotinho (PR), que falam abertamente sobre o desejo de governar o Rio de Janeiro. No estado, a aliança entre PMDB e PT não deve se repetir, já que Lindbergh sonhava com o apoio do PMDB mas resolveu brigar pela candidatura mesmo sem o suporte de Cabral.

Em Pernambuco, o sucessor de Eduardo Campos dependerá das definições sobre a disputa pelo Planalto. O governador do estado tem demonstrado empolgação com a candidatura de seu secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar. O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), também aparece entre os possíveis candidatos, assim como o senador Armando Monteiro (PTB). O PT já reconhece que perdeu espaço depois da derrota na briga pela prefeitura do Recife. "Ficamos em situação difícil. O partido hoje tem uma tendência a ficar na base de apoio do governador Eduardo Campos. A derrota do ano passado fragilizou o PT para a disputa de 2014", reconhece o deputado federal petista Fernando Ferro.

Protesto de 20 pessoas

Um protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT reuniu 20 pessoas na avenida Paulista, em São Paulo, na tarde de ontem. O grupo entoou gritos e segurou faixas contra o partido e o petista. De acordo com sites de notícias, o encontro foi combinado por redes sociais. Um dos lemas da passeata foi "Mexeu com o Brasil, mexeu com comigo. Por um Brasil sem Lula/PT". Além de associar o ex-presidente ao processo do mensalão, os manifestantes lembraram o caso da ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, investigada pela operação Porto Seguro, da Polícia Federal, para pedir a quebra do sigilo telefônico de Lula