Título: Solenidade rápida
Autor: Mader, Helena; Caitano, Adriana
Fonte: Correio Braziliense, 04/01/2013, Política, p. 2

A cerimônia de posse de 15 parlamentares — incluindo José Genoino — ocorreu na sala de reuniões da Presidência da Câmara, e foi presidida pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO). A solenidade não durou mais que 10 minutos e nenhum dos novos deputados teve direito a discurso. Apesar de os holofotes terem se voltado ao réu do mensalão, entre os demais também há quem tente esconder o passado.

Na lista, o parlamentar de maior destaque nacional, depois de José Genoino, era Nilmário Miranda (PT-MG), que foi ministro da Secretaria de Direitos Humanos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com quem mantém forte ligação. "O Genoino não tomar posse seria negar o próprio direito que o Supremo teve de julgá-lo", comentou. Além deles, o PT ganhou mais quatro deputados — dos 15 que saíram, apenas dois eram petistas.

Assim como Genoino, a ficha de alguns dos que chegam ou retornam à Câmara não é tão limpa. O caso mais semelhante é o de Paulo Fernando dos Santos (PT-AL), o Paulão. No último dia 18, ele foi condenado pela Justiça de Alagoas a devolver aos cofres públicos dinheiro da verba de gabinete da Assembleia Legislativa que teria sido desviado para pagar empréstimos feitos em bancos privados. Ele e outros 14 réus ainda tiveram os direitos políticos cassados, mas a decisão só terá efeito após transitada em julgado.

O agora deputado Francisco Tenório (PMN-AL) também responde a processo na Justiça alagoana. É suspeito de envolvimento em dois homicídios e chegou a ficar preso por um ano. "Como nenhum deles teve decisão transitada em julgado, não há qualquer impedimento para a Câmara dar posse a eles", justificou Eduardo Gomes.