Título: Combustíveis escassos
Autor: Furbino , Zulmira
Fonte: Correio Braziliense, 08/01/2013, Economia, p. 10

Além da eletricidade, outro racionamento ronda o setor energético brasileiro em 2013: o das bombas de combustíveis. Afetada com prejuízos seguidos, gerados pela venda subsidiada de gasolina e diesel, a Petrobras tem entre as metas para este ano evitar o recuo na sua produção, sentido nos últimos anos em poços antigos.

A estatal deverá registrar a terceira queda da produção total de sua existência, depois de 1990 e 2004. A diretoria da Petrobras informa que as perspectivas, contudo, têm melhorado. Em novembro, a oferta chegou a 1,96 milhão de barris diários, um aumento de 1,5% sobre outubro. A empresa também encontrou petróleo de ótima qualidade na Bacia de Santos (SP) e declarou viabilidade comercial em petróleo e gás no pós-sal, na Bacia de Campos (RJ).

Pontos críticos Mas o pior quadro está mesmo no refino e na distribuição. O país atingiu em 2012 consumo recorde de gasolina, com preços controlados pela Petrobras, que produz no limite da capacidade. O mercado de combustíveis no Brasil movimentou 118 bilhões de litros no ano passado, um aumento de 6,3% nas vendas em relação ao ano anterior, segundo cálculo do Sindicado Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). As vendas de diesel subiram 6,8%. O etanol, por sua vez, registrou queda de 10,4% e o gás veicular, recuo de 0,70%.

Para especialistas, o sinal de alerta já está ligado. Para acompanhar a alta da demanda interna, a Petrobras vem importando cada vez mais gasolina, absorvendo os custos da política de combate à inflação. A diferença entre os valores praticados no país e os pagos com as importações chega a 30%, segundo analistas. (SR)