O globo, n. 31694, 16/05/2020. Especial Coronavírus, p. 10
Doença chega a novo patamar
Leandro Prazeres
Victor Farias
16/05/2020
No dia em que Nelson Teich pediu demissão do Ministério da Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus no Brasil subiu para 218.223. Já o total de mortes chegou a 14.817. Os dados foram divulgados ontem à noite pela pasta. No balanço oficial anterior, anunciado pelo governo na quinta-feira, o total de infectados era de 202.918 e, de mortes confirmadas, 13.993. Ainda de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde, foram notificados 15.305 novos casos nas últimas 24 horas — o terceiro recorde seguido nesta semana. Em relação às mortes, foram registrados 824 novos óbitos de quintafeira para sexta, mas que podem ter acontecido em dias anteriores. Em relação ao número de casos, o crescimento foi de 7,4%. Já no que diz respeito ao aumento da quantidade de mortes, o crescimento foi de 5,8%. Os cinco estados com o maior número de casos da Covid-19 são: São Paulo (58.378), Ceará (22.490), Rio de Janeiro (19.987), Amazonas (18.392) e Pernambuco (16.209). Os cinco estados com a maior quantidade de mortes no Brasil são: São Paulo (4.501), Rio de Janeiro (2.438), Ceará (1.476), Pernambuco (1.381) e Amazonas (1.331).
MÉDIA DIÁRIA SOBE
Quando Nelson Teich assumiu a vaga de Luiz Henrique Mandetta e ficou à frente do Ministério da Saúde, a trajetória da Covid-19 no Brasil já era ascendente. Na semana em que foi nomeado, o país registrava uma média de 2 mil casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus por dia. Na semana da queda de Nelson Teich, menos de um mês depois de assumir o posto, a média diária de novos casos já é de 10.400. Em números absolutos, o Brasil tinha 33.759 casos da doença no dia em que o agora ex-ministro da Saúde assumiu o cargo. Ontem, o Brasil já tinha 218.223 ocorrências. Em relação ao número de mortes, o crescimento também foi acelerado neste período em que Nelson Teich esteve no ministério. Na semana em que assumiu a pasta, eram registradas, em média, 154 mortes por dia pela doença. Na semana de sua queda, essa média é de 702 por dia — com um pico de 881 mortes registradas em apenas 24 horas, na terça-feira.