Título: Prévia do PIB sobe 0,4%
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 17/01/2013, Economia, p. 13

BC indica que atividade econômica teve segunda alta consecutiva em novembro, apesar da queda da indústria e do comércio fraco

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou, em novembro do ano passado, o segundo mês seguido de alta. O indicador, que pretende antecipar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), medida oficial das riquezas produzidas no país, avançou 0,4% na comparação com outubro, quando já tinha subido 0,36%. O crescimento mais forte surpreendeu os analistas, que esperavam uma variação mais tímida, da ordem de 0,11%.

Mesmo vindo mais forte do que o previsto, o dado não mudou a expectativa de que a variação do PIB no ano passado tenha ficado ao redor de 1% nem alterou as projeções de que a economia deverá ter uma recuperação tímida em 2013. “O carry over (efeito estatístico que mede a influência do crescimento sobre o período seguinte) para este ano vai ser baixo e, para avançarmos mais, muita coisa boa terá que acontecer”, disse o economista André Perfeito, da Gradual Investimento, que calcula para este ano uma alta de 2,8% para o PIB. Previsão semelhante tem Eduardo Velho, da Planner Corretora. As estimativas de ambos são mais pessimistas do que a média do mercado financeiro, que aponta para uma alta de 3,3%, de acordo com o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BC.

O IBC-Br avalia o nível de atividade por meio de variáveis cujo comportamento está correlacionado à produção verificada nos três grandes setores econômicos (agropecuária, indústria e serviços), além da arrecadação de impostos. Em novembro, ele avançou apesar da queda verificada na indústria e da desaceleração das vendas no varejo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial recuou 0,6%, com retração em 16 de 27 setores pesquisados. Já o comércio subiu apenas 0,3% no mês, após a expansão de 0,8% em outubro.

Críticas Com o resultado de novembro, o IBC-Br acumulou alta de 1,28% em 2012 e de 1,32% em 12 meses, segundo os dados que expurgam do cálculo os fatores sazonais. Sem os ajustes, as altas foram de 1,68% e de 1,66%, respectivamente. No entanto, o indicador não tem conseguido, de fato, antecipar o PIB. No ano passado, ele foi alvo de críticas quando apontou uma alta de 1,15% da economia no terceiro trimestre e o resultado apurado pelo IBGE ficou na metade, em 0,6%.

Consumidor se retrai Os consumidores estão menos dispostos a ir às compras neste início de 2013. O indicador que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de janeiro recuou 2,1% em relação a dezembro passado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade explicou que no início de cada ano as pessoas normalmente têm menor propensão a consumir, já que se preparam para enfrentar as despesas escolares e o pagamento de tributos como IPTU e IPVA, além de estarem endividadas com as compras feitas no período de Natal. No entanto, o indicador também ficou abaixo do de janeiro de 2012, com queda de 3,3% o que demonstra que a situação de fato está pior. De dezembro para janeiro, todos os componentes do ICF se deterioraram, inclusive a expectativa quanto ao mercado de trabalho. Em relação ao ano anterior, apenas o item renda melhorou.