Título: PT terá dois cargos na Mesa Diretora
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 20/01/2013, Política, p. 2

O Partido dos Trabalhadores será o único partido a ocupar duas vagas na Mesa Diretora. Além da primeira-vice-presidência, a legenda tem direito à sétima indicação para os cargos, o que deve dar aos petistas a segunda-secretaria. Se em 2011 o PT cedeu sua segunda vaga para angariar apoio para a candidatura de Marco Maia à presidência, a sigla agora não precisa mais barganhar e deixará o cargo com um dos seus quadros.

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), diz que a ideia é definir o futuro ocupante do cargo de forma consensual. “Precisamos de um amplo consenso para ocupação desses espaços, sem eleição. Temos que estar unidos porque 2013 é um ano cheio de desafios”, explicou o líder. O deputado Paulo Teixeira (SP) é um dos mais citados pelos correligionários, mas ele desconversa. “Não serei candidato a nada”, afirmou Teixeira à reportagem.

A quarta-secretaria vai para o bloco que reúne o PR, o PTdoB, o PRB e o PTC. A vaga vai ficar com o PR, que deve indicar o deputado Inocêncio Oliveira (PE) para o cargo. O parlamentar é integrante da Mesa Diretora há 10 anos, um recorde. “O partido deve pleitear a quarta-secretaria. Vamos abrir inscrição logo após o recesso”, diz o deputado Lincoln Portela, líder do PR na Câmara. Além de Inocêncio, Francisco Floriano (RJ) e Maurício Quintella (AL) também são citados. A sexta pedida é do PP, legenda do atual segundo vice-presidente da Câmara, Eduardo da Fonte. O parlamentar garante que não vai brigar pela recondução à Mesa. “O nome do partido deve ser escolhido na última semana de janeiro e a nossa escolha deve ser a terceira-secretaria. Atuar na Mesa foi uma experiência extraordinária, mas pretendo voltar ao trabalho nas comissões”, comentou Eduardo da Fonte. A reportagem apurou que o mais cotado para ficar com a vaga do PP é o deputado Simão Sessim, do Rio de Janeiro. Correm por fora Vilson Covatti (RS), Waldir Maranhão (MA) e Luiz Fernando Faria (MG).

Em seu nono mandato como federal, Simão Sessim é advogado e professor e presidiu comissões importantes da Câmara, como a de Minas e Energia. Mas suas relações familiares às vezes lhe causam constrangimento: Sessim é primo do contraventor Anísio Abraão David, considerado um dos chefões do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Ele minimiza o impacto político da forte ligação com o bicheiro, que foi preso há um ano por envolvimento com o jogo de azar. “Estou no Congresso há 32 anos e toda a minha trajetória já foi mais do que analisada”, diz Simão Sessim. “Sou candidato à vaga do partido e espero que o PP consiga definir um nome de forma consensual”, acrescenta o parlamentar, um entusiasta apoiador de Henrique Eduardo Alves. “É um modelo para nós, como parlamentar e líder de partido”, conclui Sessim.

Favoritismo

No Senado, a briga é muito menos acirrada. Renan Calheiros (PMDB-AL) deve ser eleito com bastante folga. Ele tem apoio da maioria dos partidos e o lançamento de nomes como o dos senadores Randolfe Rodrigues (PSol-AP) e Pedro Taques PDT-MT) não deve afetar o caminho de Renan rumo à presidência. O novo chefe da Casa poderá gastar R$ 509,1 mil por mês com a contratação de comissionados. Ele tem o direito de contratar 34 comissionados com salários altos, de até R$ 19,1 mil. Mas se fracionar ao máximo os rendimentos mensais dos subalternos, o presidente do Senado pode ter até 183 servidores à sua disposição. O primeiro-secretário da Casa poderá gastar R$ 210,4 mil por mês para contratar pessoas de sua confiança e, os demais integrantes da mesa, terão R$ 177,8 mil para dar emprego a pelo menos 13 funcionários comissionados.

CÂMARA

Presidência O favorito é o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Também concorrem ao comando da Casa os deputados Rose de Freitas (PMDB-ES), Júlio Delgado (PSB-MG) e Ronaldo Fonseca (PR-DF)

Primeira-vice-presidência

O PT indicará o nome para o cargo. O escolhido pelo partido é o deputado André Vargas (PR)

Segunda-vice-presidência Se a vaga ficar com o PSDB, o escolhido pelo partido é o deputado Márcio Bittar (AC). Se o posto ficar com o PSD, o candidato oficial é Fábio Faria (RN). Mas outros parlamentares da legenda, como José Carlos Araújo (BA), também postulam a indicação do partido.

Primeira-secretaria Se a vaga ficar com o PSDB, o escolhido pelo partido é o deputado Márcio Bittar (AC). Se o posto ficar com o PSD, o candidato oficial é Fábio Faria (RN). Outros parlamentares da sigla, como José Carlos Araújo (BA), também postulam a indicação do partido.

Segunda-secretaria O PT também deve ficar com esse cargo. O partido ainda não escolheu quem indicará para a vaga.

Terceira-secretaria O PP deve pleitear o cargo. O mais cotado no partido é o deputado Simão Sessim, do Rio de Janeiro. Correm por fora Vilson Covatti (RS), Waldir Maranhão (MA) e Luiz Fernando Faria (MG).

Quarta-secretaria

O posto deve ir para o PR. No partido, o mais cotado é Inocêncio Oliveira (PE). Os parlamentares Francisco Floriano (RJ) e Maurício Quintella (AL) também são citados.

Suplências Pelas regras de distribuição de vagas de acordo com as bancadas, PSB, PMDB, DEM e PDT têm direito a ocupar cada uma das quatro suplências. Mas o PMDB pode negociar o cargo para fortalecer a campanha de Henrique Eduardo Alves.

SENADO

Presidência O favorito é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Randolfe Rodrigues (PSol-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) também estudam o lançamento de candidaturas.

Primeira vice-presidência

O cargo deve ser ocupado pelo senador Jorge Viana (PT-AC).

Segunda vice-presidência O posto deve ficar com o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ou com Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ambos disputam a vaga de líder do partido no Senado e, quem perder a briga, deve ficar com a segunda vice-presidência, provavelmente Romero Jucá.

Primeira-secretaria

O cargo deve ir para Flexa Ribeiro (PSDB-PA) ou Cyro Miranda (PSDB-GO)

Segunda-secretaria O mais cotado é João Vicente Claudino (PTB-PI).

Terceira-secretaria João Ribeiro (PR-TO) é o nome mais cotado.

Quarta-secretaria O nome deve ser escolhido de modo a prestigiar o senador José Pimentel (PT-CE), que ficou sem cargos na mesa.