O Estado de São Paulo, n.46257, 10/06/2020. Economia, p.B3

 

25 mil solicitam seguro-desemprego por dia na pandemia

Eduardo Rodrigues

10/06/2020

 

 

Foram registrados 960,2 mil pedidos do benefício em maio; desde a segunda quinzena de março, acumulado sobe para 1,94 milhão

Vinte e cinco mil trabalhadores por dia, em média, entraram com pedido de seguro-desemprego no País desde o início da pandemia da covid19 em meados de março. Desde a segunda quinzena daquele mês até o fim de maio 1,94 milhão de brasileiros solicitaram o benefício.

Pelo menos um em cada três trabalhadores brasileiros com carteira assinada teve o emprego perdido ou o salário reduzido por causa dos efeitos da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com dados do Ministério da Economia, foram registrados 960,2 mil pedidos de seguro-desemprego em maio. Esse número é 53% maior que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando houve 627,7 mil pedidos.

O total de 1,94 milhão de pedidos de seguro-desemprego desde meados de março representa uma alta de 26% na comparação com o mesmo período do ano passado (1,54 milhão de pedidos).

Além dos que foram demitidos, outros 10 milhões de trabalhadores formais tiveram jornada e salário reduzidos ou contratos suspensos em decorrência da pandemia. Em troca, esses empregados recebem uma compensação do governo federal. A expectativa do governo é que 24,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada vão ser atingidos com uma das duas modalidades, o que representa mais de 70% da força de trabalho do País.

No ano. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2020, os pedidos de seguro-desemprego somam 3,297 milhões, o que significa uma alta de 12,4% em relação ao período entre janeiro e maio de 2019, quando as solicitações somaram 2,934 milhões.

Os pedidos de seguro-desemprego em maio foram distribuídos entre serviços (42%), comércio (25,8%), indústria (20,5%), construção (8,2%) e agropecuária (3,4%).

De acordo com o ministério, os três Estados com maior número de requerimentos de seguro-desemprego, no mês de maio, foram São Paulo (281.360), Minas Gerais (103.329) e Rio (82.584).

O ministério detalha ainda que 58,7% dos solicitantes do benefício no mês passado eram homens, com 41,3% de mulheres. Por faixa etária, a maior parcela dos solicitantes do seguro-desemprego em maio estava entre 30 anos e 39 anos, com 32,3% do total. Em termos de escolaridade, 61,4% dos pedidos eram de pessoas com ensino médio completo.

Segundo a pasta, com a reabertura das unidades do Sistema Nacional de Emprego (Sine) no fim de abril, não há mais fila de espera para os pedidos de seguro-desemprego. Ainda assim o ministério destaca que metade dos requerimentos realizados em 2020 foi feita pela internet, ante apenas 1,5% do total no mesmo período do ano passado.

Pedido. De acordo com o governo, os trabalhadores que perderem seus empregos sem justa causa durante a pandemia do coronavírus poderão pedir o seguro-desemprego por meios eletrônicos.

Ranking

281.360

é o número de pedidos de seguro-desemprego feitos no Estado de São Paulo, que lidera o ranking, seguido por Minas Gerais (103.329) e Rio de Janeiro (82.584)

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Senado avalia votar hoje MP de corte salarial

Daniel Weterman

10/06/2020

 

 

Líderes do Senado discutem pôr em votação hoje a medida provisória que prevê a suspensão de contratos de trabalho e a redução de jornadas e salários durante a pandemia de covid19. Inicialmente, a previsão era votar a MP na próxima semana.

A vigência da MP foi prorrogada até 14 de agosto. A suspensão de contratos, porém, é válida até 1.º de julho para quem fechou acordo no início de abril. O relator do texto no Senado, Vanderlan Cardoso (PP-GO) alertou para o risco de demissões e um vácuo jurídico se o Congresso não aprovar a medida até essa data.

O relator quer estender a possibilidade de suspensão de contratos até o fim do ano, sem necessidade de uma nova decisão do presidente Jair Bolsonaro. Dessa forma, líderes concordaram em adiantar a votação para dar tempo de os senadores aprovarem alterações e ainda dar tempo para a Câmara dos Deputados avaliar as mudanças.

A medida provisória permite as reduções de jornada e salário ou suspensões de contrato durante o período da calamidade pública causada pela covid-19, já declarada até 31 de dezembro deste ano. A suspensão pode ser adotada por até 60 dias, e a redução de jornada, por até 90 dias. As medidas podem ser combinadas, mas a duração total não pode ultrapassar 90 dias corridos ou alternados.