Título: Suspeitos de estupro vão a júri
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Fonte: Correio Braziliense, 22/01/2013, Mundo, p. 17

O pai da estudante indiana morta depois de ter sido vítima de um estupro coletivo em um ônibus de Nova Délhi exigiu a forca para os cinco acusados. Os réus começaram a ser julgados ontem à tarde na capital da Índia. “Foi apresentada a ata de acusação ao juiz, e as deliberações terão início em 24 de janeiro”, afirmou o procurador Dayan Krishnan, diante do tribunal. Os cinco homens, que têm entre 19 e 35 anos, são acusados de homicídio, estupro, sequestro e roubo, e podem ser condenados à pena de morte. No entanto, um dos advogados de defesa afirmou que seu cliente tinha menos de 18 anos e que, portanto, deveria comparecer diante de uma jurisdição para menores. Um sexto acusado, de 17 anos, será julgado por outro tribunal.

O julgamento é realizado a portas fechadas em um tribunal especial para evitar a lentidão do sistema judiciário indiano, diante da pressão da opinião pública e da família da vítima, que exigem um veredicto exemplar. O pai da vítima de 23 anos pediu uma sentença rápida. “O tribunal e os juízes têm o dever de pronunciar rapidamente uma sentença e de garantir que todos os homens sejam enforcados”, disse o pai da vítima. “Nenhum homem tem o direito de viver depois de ter cometido um crime tão abominável”, acrescentou o pai da vítima, que não pode ter seu nome revelado por exigência das leis indianas sobre violência sexual.

“Concluímos os rituais de luto por nossa filha, mas nosso luto estará realmente terminado apenas quando o tribunal tiver dado seu veredicto. A alma de minha filha só estará em paz quando a Justiça tiver castigado os estupradores”, acrescentou. O advogado de Mukesh Singh, um dos acusados, pediu que o processo fosse transferido para uma jurisdição fora da capital por temer que a emoção causada pelo caso afetasse a imparcialidade da Justiça. O tribunal indicou que vai estudar a solicitação da defesa.

Inocência O advogado de outro acusado, Vinay Sharma, afirmou que seu cliente é menor de idade, contradizendo a polícia, que indica que esse funcionário de uma academia tem 20 anos. A defesa dos acusados vai alegar a inocência de seus clientes, afirmando que suas confissões foram obtidas sob tortura. A acusação sustenta que as amostras de DNA, as declarações da vítima e de seu noivo de 28 anos, que os reconheceu, são evidências irrefutáveis. “Temos suficientes provas contra todos os acusados”, disse o promotor Rajiv Mohan, que provavelmente pedirá a pena capital. A vítima, uma estudante de fisioterapia de 23 anos, foi violentada várias vezes em um ônibus, agredida sexualmente com uma barra de ferro e jogada para fora do veículo seminua. Ela morreu 13 dias depois, em um hospital de Cingapura.