Correio braziliense, n. 20891, 04/08/2020. Negócios, p. 9

 

Auxílio pode ser prorrogado de novo

04/08/2020

 

 

A equipe econômica está estudando a possibilidade de prorrogar novamente o auxílio emergencial. A ideia é estender o benefício até o fim do ano, já que a pandemia do novo coronavírus ainda não dá sinais de alívio. Porém, com um valor menor que os R$ 600.

O auxílio emergencial foi criado para ajudar os trabalhadores que perderam renda com o isolamento social provocado pela covid-19 e, inicialmente, seria pago por três meses. Porém, ganhou mais duas parcelas extras, no fim de junho, quando o governo foi pressionado a não deixar os brasileiros de baixa renda desassistidos e passou a admitir que era importante manter os R$ 600 para ajudar a girar a economia.

E pode ser prorrogado novamente. O primeiro grupo de beneficiários do auxílio vai receber a quinta parcela dos R$ 600, no próximo mês, e ainda há muitas incertezas sobre a duração e o impacto da pandemia no Brasil.

Também pesa a favor da prorrogação o fato de que o governo ainda não apresentou os detalhes do Renda Brasil –– programa de assistência social que, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, vai amparar os trabalhadores de baixa renda, no lugar do Bolsa Família, após os R$ 600. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro tem surfado na onda do benefício, pois o auxílio ajudou a melhorar sua popularidade, sobretudo nas áreas mais pobres.

Por isso, os estudos sobre a possibilidade de nova prorrogação já começaram. A ideia que está sendo avaliada pelo Ministério da Economia é garantir o benefício até dezembro, mas com parcelas menores. Em vez de mais uma de R$ 600, o governo avalia pagar três de R$ 200 em outubro, novembro e dezembro.

Os R$ 200 foram defendidos por Guedes antes de o Congresso elevar o valor do benefício emergencial. É próximo do valor do Bolsa Família e também não seria muito menor que o valor previsto para o Renda Brasil. Segundo a equipe econômica, o auxílio custa, hoje, cerca de R$ 51,5 bilhões por mês, e tem sido pagos a mais de 65 milhões de pessoas. (MB)