Título: Resposta política
Autor: Iunes, Ivan ; Mader, Helena ; Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 24/01/2013, Economia, p. B12

A presidente Dilma Rousseff elevou o tom político no seu discurso sobre a redução da conta de luz. Ontem, no seu segundo pronunciamento em rádio e TV sobre o tema, ela aproveitou para atacar opositores e criticar analistas que alertavam para as dificuldades de o governo atingir suas metas de descontos nas tarifas.

Dilma voltou a comparar implicitamente os dez anos de gestão petista com o período anterior (1995-2002), do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ao afastar qualquer risco de “racionamento” ou de “estrangulamento” do fornecimento de eletricidade. Ela também constrangeu outra vez os governadores tucanos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, cujas estatais de energia se negaram a aderir à oferta de renovação antecipada e condicionada de contratos, parte central do pacote elétrico.

Aos cidadãos desses estados, avisou que podiam contar com os mesmos benefícios da desoneração tarifária. Ainda mais enfática e irônica em sua provocação, que classificou de “esclarecimento”, Dilma afirmou torcer pelo reconhecimento dos contrários à renovação forçada. “Desta vez deverão concordar com o que estou dizendo”, ressaltou.

Em diferentes momentos, a presidente atacou os “pessimistas” e os “do contra”, apontando os “muitos erros de previsões” deles. “Erraram feio”, discursou, ao lembrar que alguns não acreditavam que o Planalto conseguiria baixar os juros aos níveis históricos e que as medidas para baratear as tarifas de energia teriam efeito limitado ou retardado. (SR)