Correio braziliense, n. 20893, 06/08/2020. Brasil, p. 11

 

Mortos são mais de 97 mil; infectados, quase 3 milhões

Bruna Lima 

Maria Eduarda Cardim

06/08/2020

 

 

Mesmo com diminuição no número de testes de covid-19 realizados nas últimas duas semanas epidemiológicas, o Brasil subiu no patamar de novas confirmações, com média móvel acima dos 45 mil casos diários. Ontem não foi diferente: foram registradas mais 57.152 novas infecções e o país se aproxima dos 3 milhões de infectados. A estimativa é que a barreira seja batida com o fechamento da semana 32, assim como a superação dos 100 mil mortos pela pandemia. Atualmente, são 97.256 brasileiros vitimados pelo novo coronavírus.

Enquanto a semana 29 registrou recorde de testes, com 144.993 aplicações, a 30 e a 31 tiveram 127.221 e 116.869 resultados por exames, respectivamente. Isso revela um descompasso quanto à confirmação de casos, pois foram nas duas últimas que ocorreu o maior número de positivos. “A medida que nós aumentamos a capacidade de testagem, a tendência é o aumento no número de casos”, justificou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia, ontem, em coletiva do Ministério da Saúde.

Com a diversificação das formas de considerar um caso positivo e, consequentemente, aumentando o número de infecções, também é possível detectar doentes menos graves e nos primeiros estágios da doença. Essa combinação, segundo os técnicos da pasta, ao ser somada aos esforços dos profissionais de saúde, reflete no índice de recuperação. O Brasil é o país com maior número de curados e, ontem, ultrapassou a barreira de dois milhões.

No entanto, longe de estar controlada no Brasil, a doença se espalha e possui taxas de transmissão acima dos níveis de controle. Quase todos os municípios registraram casos e só 67 ainda não têm nenhuma infecção confirmada. Mas, quando se avalia as cidades que já confirmaram mortes, esse número é menor. “Temos 3.627 cidades com óbitos, sendo que 1.523 identificaram um óbitos na última semana. A maioria tem registros de um a 10 óbitos”, explicou Correia.

Ao observar os estados, 20 e mais o Distrito Federal têm mais de mil óbitos pelo novo coronavírus. Somente seis unidades da federação têm menos de mil vítimas da covid-19: Rondônia (918), Amapá (588), Acre (547), Roraima (532), Mato Grosso do Sul (442) e Tocantins (415). Quem lidera o ranking é São Paulo, com 24.109 óbitos pelo novo coronavírus. O Rio de Janeiro é o segundo, com 13.855 vítimas fatais. Os dois são os únicos com mais de 10 mil mortes.

Em seguida estão Ceará (7.867), Pernambuco (6.758), Pará (5.818), Bahia (3.736), Amazonas (3.317), Minas (3.195), Maranhão (3.103), Espírito Santo (2.646), Paraná (2.164), Rio Grande do Sul (2.163),  Mato Grosso (1.945), Rio Grande do Norte (1.933), Paraíba (1.922), Goiás (1.830), Alagoas (1.633), Distrito Federal (1.572), Sergipe (1.525), Piauí (1.417) e Santa Catarina (1.306).  Os números altos são reflexo da alta média móvel de mortes que o país mantém há sete semanas. Desde a 25ª semana epidemiológica, a média diária de óbitos registrados está acima de mil.