Título: Corrida pela presidência do Senado na reta final
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Fonte: Correio Braziliense, 27/01/2013, Política, p. 7

A eleição para definir o próximo comandante da Casa será na sexta, mas não há nenhum nome oficializado na disputa

A apenas cinco dias da eleição para a escolha do próximo presidente do Senado, nenhum dos três supostos candidatos — Renan Calheiros (PMDB-AL), Randolfe Rodrigues (PSol-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) — formalizaram a candidatura na Mesa Diretora da Casa. Havia a expectativa de que o parlamentar alagoano, bastante criticado pela estratégia do silêncio, adotada para evitar ataques, protocolasse seu nome até a sexta-feira passada. O peemedebista, no entanto, só deve oficializar a candidatura na véspera da disputa. Ele ainda não se posicionou publicamente sobre a possível volta à presidência do Senado pouco mais de cinco anos depois de renunciar para evitar a cassação.

Nos bastidores, a vitória de Renan é dada como certa. Na sombra, com o apoio do Palácio do Planalto, conseguiu costurar o retorno. Acredita-se que ele terá mais de 60 votos. Durante a semana passada, diante da expectativa de facilidade para a volta do alagoano ao cargo máximo da Casa, o senador Randolfe Rodrigues anunciou a estratégia numa tentativa de levar a disputa para o segundo turno: a ideia da oposição é protocolar mais de um nome para pulverizar a disputa. “Quanto mais candidaturas, melhor. Aumenta a possibilidade de chegarmos ao segundo turno. Tem gente que não vota em mim, mas pode muito bem votar no Pedro Taques, por exemplo”, comentou.

Dos três prováveis postulantes ao cargo, Randolfe é o único que declarou diretamente que será candidato. Pedro Taques, que ao lado de Randolfe cobrou debate durante o processo eleitoral, deu a entender que será candidato, mas ainda não bateu o martelo. “O que repito é que o Senado Federal precisa ter mais de um candidato para disputar a presidência da Casa. Coloquei meu nome à disposição e continuo firme nesse propósito”, salientou.

Rito A eleição está marcada para às 10h da próxima sexta-feira. De acordo com o Regimento Interno da Casa, os candidatos podem se apresentar apenas no momento da sessão. Os nomes podem ser oficializados por ofício encaminhado à Mesa, indicação da bancada ou até mesmo manifestação oral antes de o processo de votação ser iniciado. Se houver apenas um candidato, a votação secreta ocorre com a utilização do painel eletrônico. Em caso de a disputa contar com mais de um nome, serão usadas cédulas de papel. É necessária a presença de 41 senadores em plenário para a eleição ser iniciada. Não é permitido discursos ou apartes de outros parlamentares. Apenas os candidatos podem usar a palavra para defender as candidaturas. Logo depois da escolha do novo presidente do Senado, os parlamentares elegem os membros que vão compor a Mesa Diretora da Casa.

“Quanto mais candidaturas, melhor. Aumenta a possibilidade de chegarmos ao segundo turno” Randolfe Rogrigues, senador do PSol-AP, que, apesar de ter anunciado que disputará a presidência do Senado, ainda não formalizou a candidatura

PGR encaminha denúncia ao Supremo O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). A denúncia, com mais de 5.600 páginas, remonta a 2007, quando o alagoano foi acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista. Na época, para não ser cassado e perder os direitos políticos, Renan renunciou ao cargo de presidente da Casa. O relator do caso no STF é o ministro Ricardo Lewandowski. Ontem à tarde, a assessoria de comunicação da PGR informou que não poderia divulgar informações sobre o caso porque o processo corre em segredo de Justiça.