Título: Especialistas virão do Canadá
Autor: Colares, Juliana ; Chaib, Julia
Fonte: Correio Braziliense, 01/02/2013, Brasil, p. 6

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse, em coletiva feita na tarde de ontem, que 127 sobreviventes da tragé­dia seguem hospitalizados em unidades de saúde de Santa Maria, de Porto Alegre, de Ijuí e de Caxias do Sul. Destes, 71 per­manecem internados em unidades de terapia intensiva em estado considerado "crítico" e "correm risco de óbito". "Desde domingo, 577 pacientes buscaram aten­dimento médico em Santa Maria e 374 receberem alta", informou.

O ministro também anunciou a chega­da, amanhã, de um grupo de médicos de Toronto, no Canadá, especialistas em uma técnica de ventilação extracorpórea, uma espécie de diálise do pulmão. Foi anuncia­do ainda o início da segunda etapa da ação da Força Nacional do Sistema Unico de Saúde (SUS), que seguirá até 17 de feve­reiro e acompanhará de perto os parentes dos feridos que seguem internados.

Memória

Desastre

radioativo

Em 13 de setembro de 1987, uma fa­mília de catadores de lixo reciclável de Goiânia encontrou um máquina de ra­dioterapia abandonada, de onde retira­ram um material de dentro do equipa­mento. Iniciava-se, assim, um dos casos mais marcantes do país, já que se tratava de Césio-137, com alto teor radioativo. Logo nos primeiros dias do incidente, quatro pessoas morreram e várias outras que tiveram contato com o produto sofre­ram e ainda sofrem com as consequên­cias. Somente 15 dias depois do proble­ma, a Comissão Nacional de Energia Nu­clear (Cnen) enviou para Goiás técnicos especializados em reatores. Até então, ninguém sabia do que se tratava. Hoje, todo o lixo radioativo recolhido com o episódio, como os pertences pessoais dos contaminados, então armazenados em recipientes lacrados e guardados em Abadia de Goiás, no interior do estado.