Título: Ministro insinua ataque
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Fonte: Correio Braziliense, 04/02/2013, Mundo, p. 13

Depois de quatro dias de silêncio, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, sinalizou que o país realmente participou do ataque aéreo a um complexo militar da Síria. Ao discursar para diplomatas em uma conferência em Berlim, na Alemanha, Barak disse: “Não posso acrescentar nada sobre o que vocês já leram nos jornais, a respeito do que ocorreu na Síria há alguns dias, mas mantenho francamente o que dissemos anteriormente. Já havíamos afirmado que não acreditamos que se deva permitir que sistemas sofisticados de armas sejam transferidos ao Líbano para o Hezbollah a partir da Síria”. O alvo do ataque foi uma plataforma de lançamento de mísseis e um conjunto militar que, supostamente, abriga agentes químicos.

Na quarta-feira, o governo sírio havia responsabilizado Israel pelo bombardeio, ameaçando com represálias, o que aumentou a preocupação da comunidade internacional a respeito da segurança na região. De Damasco, o presidente Bashar Al Assad acusou Israel de tentar “desestabilizar” o país. Citado pela agência estatal Sana, ele afirmou que o ataque “mostra o verdadeiro papel desempenhado por Israel, em colaboração com as forças estrangeiras inimigas e seus agentes em território sírio, para desestabilizar e debilitar a Síria”.

Ontem, a organização não governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que ao menos 31 pessoas, incluindo cinco crianças, morreram em decorrência de ataques do Exército sírio. Um dos episódios teria ocorrido em um prédio de Aleppo, a segunda maior cidade do país. Vídeos gravados por militantes mostraram uma multidão reunida diante de uma montanha de escombros, com algumas pessoas tentando retirar partes de construções à procura de sobreviventes.