Título: Sinais de melhora
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 02/02/2013, Economia, p. 12

Os primeiros indicadores da produção industrial de 2013 dão sinais de alívio, depois do sufoco sofrido pela indústria mundial no ano passado, como resultado de incertezas econômicas, sobretudo na Europa. A produção do setor industrial no Brasil medida pelo Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pelo HSBC, registrou crescimento em janeiro e atingiu o ponto mais alto em 23 meses. Elaborado a partir de informações sobre as aquisições de insumos e de serviços pelas empresas, o PMI passou de 51,1 em dezembro para 53,2 no mês passado. Os registros acima de 50 indicam expansão. “O setor manufatureiro brasileiro teve um bom começo de 2013”, avaliou André Loes, principal economista do grupo HSBC no país.

A tendência se assemelha à dos maiores mercados globais. Nos Estados Unidos, o PMI avançou para 55,8 no mês passado, o melhor desempenho desde abril de 2012, ante 54 em dezembro. O indicador referente à vice-líder, China, avançou de 51,5 para 52,3 no mesmo período. Na Europa, porém, apesar de ligeira melhora, os dados ainda indicam recessão, por terem ficado abaixo dos 50 pontos. Na Alemanha, o PMI subiu para 49,9, ante 46 em dezembro. O índice da Itália, por sua vez, subiu de 46,7 para 47,8. “Este é um bom começo para o ano e continua como tendência”, observou análise do Itaú.

Incerteza O relatório do HSBC, divulgado ontem, informa que a melhora do indicador no Brasil foi impulsionada pela reação no volume de pedidos recebidos e, ainda, pela modesta melhora nos negócios para exportação. Loes lembrou que o avanço do PMI no Brasil foi o mais forte desde março de 2011, liderado por altas dos índices de produção e novas encomendas. Mas ressaltou que a perspectiva de crescimento “permanece vulnerável aos impactos da incerteza com relação à oferta de energia elétrica”. A preocupação em torno dos riscos de racionamento pode, eventualmente, postergar programas de investimento.