Correio braziliense, n. 20901, 14/08/2020. Mundo, p. 12

 

Parlamento do Líbano aprova emergência

14/08/2020

 

 

O Parlamento do Líbano aprovou o estado de emergência declarado em Beirute após a devastadora explosão no porto, em meio à revolta contra uma classe política que os libaneses consideram responsável pela tragédia por negligência. Chefiada pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri, que ocupa o cargo desde 1992, a sessão — a primeira desde a explosão — começou com a entrega das renúncias de vários deputados, em sinal de protesto.

Em seguida, o Parlamento ratificou o estado de emergência decretado por duas semanas pelo governo, um dia depois da explosão de 4 de agosto, que deixou 171 mortos e mais de 6.500 feridos. A votação é necessária para qualquer período de emergência superior a oito dias, de acordo com a organização não governamental Legal Agenda.

De acordo com políticos e fontes da forças de segurança, a presença de 2.750t de nitrato de amônio em um armazém do porto era conhecida  por todos. Mais de uma semana depois da explosão, as autoridades estrangeiras continuam visitando Beirute, que deve receber nas próximas horas a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, e o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, David Hale, número três da diplomacia americana.

 Brasil

O ex-presidente Michel Temer, chefe da missão humanitária criada pelo sucessor Jair Bolsonaro, chegou ontem a Beirute e participou de uma reunião com o presidente libanês, Michel Aoun.

“O povo brasileiro está muito empenhado em ajudar o Líbano. Estamos trazendo, agora, seis toneladas de alimentos e medicamentos. Mais 4 mil toneladas de arroz virão por via marítima. Além disso, a comunidade libanesa me comunicou, hoje (ontem) pela manhã, que ainda há mais 20 toneladas arrecadadas”, anunciou Temer, ao desembarcar no aeroporto de Beirute. Dois aviões da Força Aérea Brasileira transportaram 6t de materiais, entre medicamentos, equipamentos de saúde e alimentos.