Correio braziliense, n. 20901, 14/08/2020. Cidades, p. 17

 

DF passa dos 130 mil casos

Thais Umbelino 

Walder Galvão

14/08/2020

 

 

A capital federal continua a registrar, diariamente, novos diagnósticos da covid-19. Após cinco meses do primeiro caso confirmados no Distrito Federal, o número de infectados passou dos 130 mil e o de óbitos chegou a 1.742. Apenas ontem, 1.986 pessoas testaram positivo para a doença e 33 perderam a vida.

Com os novos registros, a capital chegou a 131.170 casos confirmados da doença. Além disso, a Secretaria de Saúde ainda contabiliza a morte de outras 163 pessoas, que moravam em outras unidades da Federação, mas faleceram em hospitais da cidade. Com os óbitos, o número de vítimas passa para 1.905.

Ontem, as cidades que mais registraram mortes foram Ceilândia (6), Recanto das Emas (4) e Santa Maria (4). Das vítimas, todas tinham mais de 30 anos, e cinco não portavam comorbidades — outras doenças que agravam os sintomas da covid-19, como o diabetes. De acordo com a pasta, os óbitos aconteceram desde de 20 de julho, porém, foram contabilizados apenas agora.

Apesar da quantidade expressiva de diagnósticos e óbitos, a capital tem 112.400 pacientes recuperados da doença, portanto, 16.865 casos são considerados ativos. Com 16.257 infectados, Ceilândia continua como a região administrativa de maior incidência da doença. Em seguida, está o Plano Piloto (10.633) e Taguatinga (9.822).

Com o registro diário de diagnóstico e o tempo extensivo de internação para o tratamento do novo coronavírus, as unidades de terapia intensiva (UTIs) exclusivas para o combate à doença apresentam alta taxa de ocupação. Na rede pública de saúde, 74,11% dos leitos estão ocupados. Ao todo, são 518 pacientes internados para 750 vagas.

Na rede privada de saúde, a taxa de ocupação é maior. Ao todo, 90,25% dos leitos estão preenchidos. Os hospitais particulares da capital têm 284 vagas. Dessas, 250 estão ocupadas por diagnosticados com o novo coronavírus.

Triste adeus

Uma das vítimas da covid-19, o repórter cinematográfico da TV Senado Carlos Alberto Pereira, de 63 anos, morreu na madrugada de ontem. Ele estava intubado na UTI do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) há mais de 10 dias e, devido a complicações, não resistiu.

O jornalista recebeu o diagnóstico da doença em 15 de julho. Durante evolução da doença, ele apresentou falta de ar e teve que ser internado, em 25 de julho. Após cinco dias, o paciente apresentou piora e foi encaminhado para a UTI da unidade para intubação e início da hemodiálise.

Ele tinha obesidade e hipertensão e, por causa da medicação do tratamento, também começou a apresentar problemas renais. Carlos Alberto deixa esposa, seis irmãos, cinco filhos e oito netos.

Ele trabalhava há 23 anos na TV Senado, desde o início da emissora. Por ser grupo de risco, ele estava afastado do trabalho. Ele iniciou a carreira de cinegrafista em 1974, na Empresa Brasileira de Comunicação (Radiobrás). Também foi repórter cinematográfico da TV Câmara e da Rede Manchete, emissora que permaneceu no ar até 1999 e, posteriormente, foi substituída pela RedeTV. Ele foi a primeira vítima fatal do vírus na equipe do Senado Federal.

Violonista, flamenguista fanático, criativo e apaixonado pela vida. É assim que o irmão Luiz Carlos Pereira define Beto, apelido a qual era chamado pela família. Parceiros de profissão há 30 anos, ele tornou-se uma inspiração para o mais novo. “Beto começou antes de mim, me arrumou emprego e me ajudou demais. Era uma pessoa fantástica, inspirou muitos profissionais de Brasília”, definiu. Pelos colegas de profissão era chamado de professor. O Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, recebeu com tristeza a notícia. “Que Deus conforte a sua família e seus amigos”, desejou o político.