O Estado de São Paulo, n.46264, 17/06/2020. Metrópole, p.A11

 

País registra 1.338 mortes em 24 horas

Sandy Oliveira

Vinícius Valfré

17/06/2020

 

 

Número de infectados em um dia bateu recorde: 37.278; pesquisa aponta que País fica entre os piores avaliados em resposta à pandemia

Em novo recorde, o Brasil registrou 37.278 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas. No mesmo período, o País relatou 1.338 óbitos decorrentes da doença. No total, há 45.456 vítimas, segundo dados do levantamento realizado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL junto às secretarias estaduais de Saúde. O Brasil ainda ficou em último lugar em uma pesquisa que mediu, em 53 países, como a população avalia a reação dos respectivos governos à pandemia.

Ontem, o Brasil atingiu a marca de 928.834 diagnósticos da doença. No dia 31 de maio, o País alcançou a marca de 500 mil casos de covid-19 e em menos de 17 dias foram mais de 411 mil novas infecções. O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os jornalistas dos seis meios de comunicação, uma iniciativa inédita e uma resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia – mesmo após o recuo do governo, o consórcio se mantém.

O Estado de São Paulo, que desde o início é o epicentro da doença, voltou a registrar um recorde do número de mortes por coronavírus em um intervalo de 24 horas. Foram 8.825 novos casos de contaminação e 365 mortes, elevando o total para 181.460 e 10.767 respectivamente. A elevação do número de óbitos acontece em um momento de flexibilização da quarentena. O Rio vem na sequência, com 7.967 óbitos por covid-19 e 83.343 casos.

Em números absolutos, o Brasil é, desde sexta-feira, o segundo país no mundo com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com os números da Universidade Johns Hopkins atualizados até 20 horas desta terça. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, disse nesta terça-feira que não observa desaceleração no Brasil e alertou que a pandemia pode se estender por um longo período na região, caso as medidas de contenção do vírus não sejam adotadas ou intensificadas.

Pesquisa internacional. Para apenas 34% dos brasileiros é boa a resposta apresentada pelo País, enquanto a média global de satisfação ficou em 70%. Esses resultados integram o Índice de Percepção da Democracia - 2020, um amplo estudo anual realizado pela empresa alemã Dalia Research em parceria com a Fundação Aliança para as Democracias, uma organização sem fins lucrativos com sede na Dinamarca.

A reação mais bem avaliada foi a da China, onde 95% da população consideram boas as respostas governamentais. A pesquisa não apontou grandes discrepâncias nos níveis de satisfação manifestados por habitantes de países democráticos e não democráticos.

Outro ponto da pesquisa foi medir a avaliação das pessoas sobre o nível das medidas de restrição de circulação baixadas pelos governos. Para 60% dos entrevistados, o governo brasileiro não faz o suficiente. As medidas estão no grau adequado para outros 24%, enquanto 11% acham que o governo exagera.

Ao todo, 124 mil pessoas responderam às questões apresentadas de maneira diversificada pela empresa por meio de sites e aplicativos, entre 20 de abril e 3 de junho – entre 1 mil e 3,2 mil pessoas de cada país.

No mundo

116 mil óbitos

têm os Estados Unidos, que lideram no mundo em mortes, conforme levantamento da Universidade Johns Hopkins.