Correio braziliense, n. 20907, 20/08/2020. Economia, p. 6

 

Auxílio emergencial vai até o fim do ano

Augusto Fernandes 

20/08/2020

 

 

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmaram a intenção do governo de estender até o fim do ano o auxílio emergencial concedido a trabalhadores informais e desempregados de baixa renda. O valor do benefício, contudo, será reduzido, visto que o Tesouro não tem recursos suficientes para manter as próximas parcelas em R$ 600.

“Estamos estudando isso. O presidente estava nos instruindo hoje (ontem) para lançar essa camada de preservação para a frente. Evidentemente, não há recursos para pagar os R$ 600, mas o presidente está dizendo: ‘Vamos tentar fazer o máximo possível, dentro dos recursos que temos, para ir esticando isso’”, disse Guedes, durante cerimônia no Palácio do Planalto que marcou a assinatura de medidas provisórias para facilitar o acesso ao crédito por micro e pequenos empresários.

No mesmo evento, o presidente Jair Bolsonaro também afirmou que o governo quer prorrogar o benefício e que, para isso, deve sugerir parcelas abaixo de R$ 600. “R$ 600 é muito. Alguém da economia falou em R$ 200. Eu acho que é pouco, mas dá para chegar em um meio-termo e nós buscarmos que seja prorrogado por mais alguns meses, talvez até o final do ano, de modo que consigamos sair dessa situação”, disse. O assunto também foi tema de um café da manhã, ontem, entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A ideia do governo é de efetivar a prorrogação do auxílio por um valor abaixo de R$ 600 por meio de uma medida provisória, visto que a legislação que criou o benefício estabelece que o programa só pode ser estendido por decreto caso o valor original seja mantido. O programa, que tem um custo de R$ 51 bilhões por mês, considerando o atual valor de R$ 600 por beneficiário, tem proporcionado o crescimento da popularidade do presidente.

 Na solenidade, Paulo Guedes disse que o Brasil é o país emergente que mais expandiu créditos, da mesma forma que auxiliou desassistidos e protegeu os vulneráveis. “Gastamos 10% do PIB para proteger vulneráveis. Expandimos o potencial de crédito em R$ 1 trilhão, e tudo isso está empurrando a economia nesse final de ano. Nós esperamos, então, ir aprofundando as reformas, de forma que o Brasil, no próximo ano, já esteja de volta ao trilho do crescimento sustentável”, afirmou.