Título: Dívida é preocupante
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 06/02/2013, Economia, p. 10
O aumento do endividamento da Petrobras preocupa a diretoria da estatal, que teme perder o "grau de investimento" — a avaliação mais alta dada pelas agências de classificação de risco. Somente no ano passado, a dívida cresceu R$ 18 bilhões. Mesmo assim, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, acredita que será possível manter a nota máxima. "Temos uma apreensão muito grande em relação ao nosso grau de investimento, mas devemos passar por 2013 sem problemas", disse ela.
A relação entre dívida líquida e o lucro apurado, antes de descontados juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), passou de 1,66 vez no quarto trimestre de 2011 para 2,77 vezes no fim de 2012, ultrapassando o limite de 2,5 que a estatal havia imposto como teto. As agências de classificação de risco costumam acender o sinal amarelo para iniciar a revisão na nota de uma empresa quando há uma grande elevação do endividamento.
Em dezembro, a agência Moody"s alterou a perspectiva da Petrobras de estável para negativa. Se perder o grau de investimento, a estatal terá que pagar taxas mais elevadas pelo crédito tomado no exterior. A empresa encerrou 2012 com captações de US$ 20 bilhões, segundo o diretor financeiro, Almir Barbassa, e pretende obter volume semelhante neste ano.
Já a produção de petróleo não deverá crescer neste ano, podendo até diminuir, sobretudo por causa do grande número de paradas técnicas de plataformas já programadas para manutenção no primeiro semestre.
Produção No melhor dos cenários, a diretoria da estatal torce para estabilizar os volumes de extração, repetindo os do ano passado, quando houve a primeira baixa anual desde 2004 e a produção média ficou ligeiramente abaixo de 2 mil barris por dia. Estão previstos gastos adicionais de R$ 6 bilhões com poços secos em 2013, ante R$ 7 bilhões em 2012. "É um ano difícil porque a gente tem que acertar mais, tem que fazer mais previsões e precisa de mais informações", disse Graça Foster.