Correio braziliense, n. 20912, 25/08/2020. Cidades, p. 17

 

DF ultrapassa 150 mil infectados

Darcianne Diogo 

Celimar de Meneses 

25/08/2020

 

 

O Distrito Federal passou dos 150 mil casos de infecção pela covid-19. Das 150.519 notificações,  131.599 representam pacientes recuperados. O número de mortes chegou a 2.316, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Saúde na noite de ontem. Entre as vítimas, 2.119 moravam na capital e 197 em outras unidades da Federação, mas estavam internadas em hospitais de Brasília.

O total de mortes registradas em 24 horas foi de 42. No entanto, apenas cinco deles ocorreram ontem. As vítimas mais recentes são três mulheres e dois homens. Todos elas apresentavam comorbidades, como doença cardiovascular, distúrbios metabólicos, obesidade e pneumopatia. Ceilândia continua a concentrar o maior número de mortes causadas pela doença. São 409 até o momento. Taguatinga vem em seguida, com 224 mortes óbitos; e Samambaia, com 188.

Especialistas analisam que o cenário atual da pandemia no DF é de estabilidade e que a retomada das atividades comerciais contribui para que o número de registros de infecções pelo coronavírus se mantenha em patamar alto. Uma análise mais detalhada do estágio epidemiológico em que a capital se encontra, no entanto, pode demorar alguns dias ou semanas para ocorrer, devido à mudança na forma de divulgação dos dados de óbitos.

“Com a mudança de metodologia na contagem do número de mortes, em que vemos os eventos pela data de ocorrência e não quando aparece no sistema, temos um retrato mais fiel”, pondera Mauro Niskier Sanchez, professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Sala de Situação da instituição de ensino. “No entanto, só temos informações confiáveis do que já passou e não do que está acontecendo, portanto essa tendência pode facilmente mudar”, completa o especialista.

O pesquisador Paulo Angelo Resende, da Associação GigaCandanga e do Observatório PrEpidemia da UnB, observa uma tendência de queda no número de infectados, já que as características da região não indicam que a capital passará por um platô muito alongado, como ocorre no caso do Brasil. “Mas, caso haja uma mudança significativa no padrão de contatos, aí sim pode aumentar a velocidade com que o vírus se espalha e teremos um platô”, comenta.