O Estado de São Paulo, n.46269, 22/06/2020. Política, p.A6

 

Polícia Civil do DF faz ação contra grupo de extremistas

Eduardo Rodrigues

22/06/2020

 

 

Base de manifestantes bolsonaristas em Águas Claras foi alvo de operação de busca e apreensão

Ato. Manifestantes governistas na Esplanada dos Ministérios

Poucas horas antes das manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro marcadas para ontem na Esplanada dos Ministérios, a Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em uma chácara em Águas Claras (região administrativa do DF) utilizada com base de um dos pequenos grupos bolsonaristas que estiveram acampados até a última semana no centro da capital.

O alvo da ação da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) é o chamado “QG Rural”, grupo de militantes a favor do governo que esteve acampado por algumas semanas em frente ao Ministério da Agricultura.

O grupo é investigado por atos como os ataques simulado ao edifício do Supremo Tribunal Federal (STF) com fogos de artifício na noite do dia 13 de junho, horas após a Polícia Militar do DF desmantelar os acampamentos bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios.

Apesar da proibição de protestos no centro de Brasília no último domingo, os integrantes do “QG Rural” permaneceram em frente ao Ministério da Agricultura, onde foram visitados pelo então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Além de ser multado em R$ 2 mil pelo governo do DF por não usar máscara e promover aglomerações, Weintraub reafirmou declarações polêmicas contra o STF no encontro que culminaram com o anúncio da sua exoneração na última quinta-feira.

Lideranças e membros de outro grupo, autointitulado “300 do Brasil” foram presos ao longo da última semana após ameaças ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e ministros do STF. A líder do movimento, a extremista Sara Giromini (que adota a alcunha Sara Winter), segue detida na Colmeia – penitenciária feminina no complexo do Presídio da Papuda. Ela é ex-assessora de confiança da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

Em São Paulo, sem a participação das torcidas organizados e de grupos dos movimentos sociais, uma manifestação contra Bolsonaro aconteceu na Praça Roosevelt, no Centro da capital, e teve uma baixa de adesão, com cerca de 100 manifestantes. Parte deles usava camisetas e bandeiras do PCO.

Comparacão

“Os atos pró-Bolsonaro reuniram mais gente, mas foi um ato religioso, com várias igrejas.”

Danilo Pássaro

MEMBRO DO GRUPO SOMOS DEMOCRACIA