Correio braziliense, n. 20920, 02/09/2020. Brasil, p. 5

 

País volta a superar mil mortes diárias

Bruna Lima 

Maria Eduarda Cardim 

02/09/2020

 

 

Após encerrar a última semana com queda na média móvel de mortes por covid-19, o Brasil abriu setembro voltando a superar o patamar de mil mortes por dia. Foram acrescentadas mais 1.215 fatalidades ao balanço, chegando ao total de 122.596 mortos pela doença desde o início da manifestação do vírus no país. O número de infectados também ultrapassou a marca dos 40 mil acréscimos: 42.659. São 3.950.931 casos registrados até ontem.

Com os novos números, o país caminha para alcançar a marca de 4 milhões de casos do novo vírus. De acordo com o Portal Covid-19 Brasil, iniciativa formada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade de São Paulo (USP), o país deve atingir a marca até amanhã, caso a média móvel de casos da última semana concluída se mantenha na faixa de 37,7 mil confirmações diárias.

Por enquanto, a média móvel de casos da semana epidemiológica atual está em 34,9 mil casos por dia, o que também é suficiente para alcançar as 4 milhões infecções no mesmo período. Já o índice médio das mortes está em 711 óbitos por dia, o que deve subir ao longo da semana, quando os atrasos do fim de semana costumam ser computados. Na semana 35 a média móvel de óbitos foi de 887, aproximadamente 11,4% a menos do que a do cálculo anterior, cuja média foi de 1.002 fatalidades.

O decréscimo também refletiu na taxa de transmissão da covid-19 (Rt), que, com o fechamento da semana 35, atingiu os mais baixos índices desde a intensificação da pandemia no país. Na nova avaliação do Imperial College de Londres, o índice está em 0,94, considerado dentro dos níveis de controle. Isso significa que cada grupo de 100 infectados tem capacidade para passar a doença para outras 94 pessoas saudáveis.

Essa é a segunda vez que o Brasil atinge níveis considerados controlados da transmissão da covid-19. No fechamento da semana 33, o país chegou a descer o nível para 0,98, mas não conseguiu manter a queda e, novamente, voltou ao rol de nações com a doença sendo considerada ativa ao registrar Rt de 1. Antes, o Brasil ficou por 16 semanas consecutivas com Rt acima de 1, sendo o país da América Latina com mais longa permanência nos altos patamar de transmissão.

O status do contágio continua sendo considerado lento a estagnado. Este é um dos indicadores que ajuda no controle da epidemia, mas, para se manter baixo, precisa estar alinhado com outros elementos, como números de novos casos e óbitos, taxa de ocupação de leitos, e dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag).

Por estado

Atualmente são 22 unidades federativas com a confirmação de mais de mil mortes cada. Quem lidera o ranking negativo é São Paulo, com 30.375 óbitos pelo novo coronavírus, acumulando mais de um quarto das mortes brasileiras. O Rio de Janeiro é o segundo com mais fatalidades, com 16.217 vítimas da covid. Os dois são os únicos estados que têm mais de 10 mil mortes.

Em seguida estão: Ceará (8.447), Pernambuco (7.614), Pará (6.176), Bahia (5.448), Minas Gerais (5.364), Amazonas (3.661), Rio Grande do Sul (3.501), Maranhão (3.457), Paraná (3.345), Goiás (3.212), Espírito Santo (3.181), Mato Grosso (2.786), Distrito Federal (2.573), Paraíba (2.465), Santa Catarina (2.301), Rio Grande do Norte (2.265), Alagoas (1.895), Sergipe (1.867), Piauí (1.843) e Rondônia (1.155). No pé da tabela estão: Mato Grosso do Sul (889), Tocantins (687), Amapá (663), Acre (616), Roraima (593).