O globo, n. 31741, 02/07/2020. Sociedade, p. 9
Vacina Chinesa será testada em Cinco estados além de SP
02/07/2020
Procedimento, que depende de aval da Anvisa, será feito com 9 mil voluntários
A potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac será testada no Brasil em 12 centros de pesquisa de seis estados brasileiros, disse ontem o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acrescentando que o início dos ensaios clínicos no país depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os estudos serão liderados pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo paulista. A instituição assinou acordo com a companhia chinesa que inclui, além dos testes, a transferência de tecnologia para a produção da vacina no Brasil, caso se mostre eficaz.
— Já foram definidos os 12 centros de pesquisa que farão os testes da vacina contra o coronavírus aqui no Brasil. E obviamente isso não será feito apenas em São Paulo — disse João Doria.
—Os testes, coordenados e liderados pelo Instituto Butantan, serão realizados com 9 mil voluntários em centros de pesquisa de seis estados brasileiros.
Os testes ocorrerão, além do Distrito Federal, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sule Paraná. O governador de São Paulo reiterou que aguarda para esta semana um aval da Anvisa.
A agência disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que seu corpo técnico está em contato como Butanta nec om a Sinovac desde o anúncio da parceria, em 11 de junho ,“para analisar e sanar questões técnicas envolvidas na autorização do estudo clínico”.
Informou ainda que, embora o processo esteja em estágio “avançado”, não há previsão para que a análise da agência reguladora seja concluída, “masa expectativa é que isso ocorra logo”. “O tema está recebendo prioridade máxima, assim como todos os estudos e produtos relacionados ao enfrentamento da Covid-19”, acrescentou a Anvisa.
Além da vacina da Sinovac, está sendo testada no Brasil uma potencial vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria coma farmacêutica AstraZeneca, apontada pela Organização Mundial da Saúde( OMS) como amais avançada até o momento.
Em São Paulo, os estudos são liderados pelo Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp, que recrutaram dois mil voluntários, em parceria com o Grupo Fleury. A infraestrutura médica e de equipamentos será financiada pela Fundação Lemann. Outras mil pessoas farão parte dote steno Rio, onde o estudo ficará a cargo do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Rede D’Or, que vai cobrir os custos da primeira fase da pesquisa. Além disso, o Idor deve aumentar esse número para mais duas mil pessoas em outras capitais brasileiras, em parceria com a AstraZeneca.
CORRIDA POR SOLUÇÃO
Outro imunizante em processo de testes em humanos, desenvolvido pela empresa alemã de biotecnologia BioNTech e pela farmacêutica Pfizer, mostrou potencial e foi bem tolerada no estágio inicial, segundo anúncio feito ontem.
A BioNTech afirmou que os testes de duas dosagens de seu medicamento BNT162b1 em 24 voluntários mostrou que, após 28 dias, eles desenvolveram níveis mais altos de anticorpos para Covid-19 do que os normalmente observados em pessoas infectadas.
Amai salta entre as duas doses — ambas administradas por meio de duas injeções com diferença de três semanas — foi seguida por uma febre curta em três dos quatro participantes após a segunda aplicação.
Uma terceira dosagem, testada em uma concentração mais alta em um grupo separado, não foi repetida após a primeira aplicação devido à dor da injeção.
—Esses primeiros resultados mostram que a vacina produzatividade imune—disse o cofundador e CEO da BioNTech, Ugur Sahin.