Correio braziliense, n. 20925, 07/09/2020. Cidades, p. 13

 

602 hectares queimados em dois dias

Darcianne Diogo 

07/09/2020

 

 

As queimadas em vegetação marcaram o fim de semana no Distrito Federal. Entre sábado e ontem, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) registrou 128 focos de incêndios florestais na capital. No total, mais de 405 militares atuaram nas ocorrências e 6 mil hectares de área verde foram destruídos.

Parte da mata próxima ao Centro Olímpico da Universidade de Brasília (CO/UnB) pegou fogo ontem e consumiu 62,4 hectares. Até o fechamento desta edição, as causas do incêndio não haviam sido detalhadas. A perícia do CBMDF chegou a ser acionada para investigar se o incêndio de grandes proporções foi criminoso ou resultado da combustão espontânea do cerrado, devido ao calor e à seca.

O fogo começou por volta das 13h de ontem e os bombeiros levaram, em média, três horas para combatê-lo. “Durante a operação, priorizamos, principalmente, proteger as instalações internas do Centro Olímpico, as quadras e o vestiário da piscina. A vegetação é muito densa e isso colaborou para que as chamas se propagassem mais rápido”, explicou o tenente Marcelo Abreu.

Doze militares atuaram na operação e parte deles precisou ir para uma área atrás do Centro Olímpico. “Precisamos desmembrar a equipe. Alguns bombeiros ficaram no terreno mais abaixo, para proteger a parte dos alojamentos”, completou o tenente.

Segundo informações do supervisor de Segurança do local, João Francisco Neto, o incêndio florestal teria começado próximo às margens do Lago Paranoá.

Floresta Nacional

Um outro incêndio ocorreu sábado, na Floresta Nacional de Brasília, em Taguatinga. As chamas destruíram 39 hectares de vegetação. Militares de dois batalhões, um de Taguatinga e outro de Samambaia, levaram três horas para combater o fogo. Na avaliação de Marcelo Abreu, o tempo seco e a baixa umidade relativa do ar contribuem para o aumento das queimadas.