Título: Câmbio mais seguro
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 18/02/2013, Economia, p. 8

As frequentes notícias sobre restrições cambiais em países da América Latina preocupam turistas sobre a troca de moedas em casos de viagens. Mais recentemente, a Argentina — o destino preferido dos brasileiros na região e o segundo mais procurado no mundo — anunciou o limite para a compra de moedas estrangeiras, sobretudo o dólar. O temor, no entanto, não se justifica, garante o diretor de Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Admilson Monteiro Garcia. “As restrições são de natureza fiscal e dizem respeito a empresas e pessoas físicas, residentes no país”, explica.

Segundo ele, o turista brasileiro pode viajar sem susto para a América Latina. Mas, ademais esse fator, alguns cuidados são sempre importantes (veja quadro). O primeiro é sempre levar uma pequena quantia em papel-moeda, preferencialmente de dólar ou na unidade monetária do país de destino — embora o real seja aceito sem grandes problemas. “O real ainda não é uma moeda totalmente conversível, e o turista precisa estar consciente de que, a cada transação cambial, uma pequena parte é consumida por impostos”, ensina Garcia.

Em hipótese alguma, o turista deve trocar os reais ou dólares com cambistas de rua. Na Argentina, devido à restrição cambial, houve um aumento desse tipo de serviço nas rendondezas dos pontos turísticos, como o bairro da Recoleta e a Rua Florida. Apesar de tentadora, a oferta — muitas vezes, com cotações mais vantajosas para o turista estrangeiro que as entidades autorizadas — pode se tornar arriscada, e não apenas pela possibilidade de as notas serem falsas.

“Em nenhum lugar do mundo, é recomendável a troca de moeda dessa maneira”, diz, tachativo, o diretor do BB. Segundo ele, nunca se sabe quem é a contraparte e, mesmo o dinheiro sendo verdadeiro, pode ser oriundo de crimes, o que pode deixar o turista em maus lençóis. “Não existe almoço grátis”, observa.

Cartões Além de levar dinheiro em papel-moeda, quem viaja deve dispor de, pelo menos, um cartão de crédito internacional para uma emergência. A medida é válida mesmo que ele não pretenda usar o dinheiro de plástico, que sofre a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 6,38%, além de a cotação do dólar ser o da data de vencimento da fatura, quando a moeda estrangeira pode ter aumentado de valor.

A melhor opção, segundo Garcia, é o turista também contar com um cartão pré-pago internacional, que pode ser adquirido no Brasil antes de viajar, preenchendo-o aos poucos até atingir o montante que quer dispor na viagem. A grande vantagem, nesse caso, é o IOF de apenas 0,38% no saque. Sem contar que, como ele geralmente é fornecido em duas vias, no caso de perda ou roubo, o cliente tem um segundo cartão, que deve ser guardado em local diferente do primeiro como medida de segurança.

“No caso de perda ou roubo, a pessoa deve comunicar o fato imediatamente, sem prejuízo do uso do segundo cartão”, afirma Garcia. Outro ponto positivo é que, se o dinheiro acabar, o cartão pode ser facilmente recarregado por ordem do titular. Isso pode ser feito por telefone ou pela internet. (VC)

Só deleite

Confira dicas para se evitar problemas e ter uma viagem tranquila:

» Leve sempre uma quantia de dinheiro em papel moeda para pequenos pagamentos, como táxi e lanches;

» Mesmo se o destino for algum país da América Latina, opte por levar dólar;

» Nunca troque o dinheiro que você levou na rua, com cambistas. Prefira os canais oficiais, como bancos, casas de câmbio e hotéis autorizados;

» Leve também um cartão de crédito internacional e avise ao emissor que está indo para o exterior;

» Os cartões internacionais pré-pagos são uma opção segura e eficiente para controlar os gastos.

Fonte: Área internacional do Banco do Brasil

Voos suspensos

Duas das maiores companhias aéreas da América Latina, a chilena LAN e a paraguaia TAM-Mercosur — subsidiária da companhia homônima brasileira —, foram impedidas de continuar operando voos na Bolívia. Segundo informaram autoridades aeronáuticas do país, o veto aconteceu porque as empresas não renovaram as licenças de operação no prazo estipulado, que venceu no sábado. Apesar disso, ambas as aéreas mantiveram os voos durante todo o fim de semana, alegando que não tinham sido notificadas oficialmente da suspensão. Na Bolívia, a LAN mantém seis voos com destino às capitais chilena, Santiago, e peruana, Lima. Já a TAM-Mercosur tem um voo diário que leva até as cidades paraguaias de Santa Cruz e Assunção, a capital daquele país.