Título: Mudanças em estudo no Congresso
Autor: Mader, Helena
Fonte: Correio Braziliense, 17/02/2013, Política, p. 4
Um dos principais empecilhos aos planos da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva é o receio de alguns parlamentares em migrarem para a nova legenda. Existem projetos que tramitam na Câmara dos Deputados para propor que novos partidos só tenham acesso ao fundo partidário e a tempo de tevê depois das primeiras eleições nacionais. No caso do PSD, o TSE decidiu que a sigla teria direito aos recursos e a tempo de propaganda proporcionalmente ao número de deputados que migraram de outras siglas para o partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. Se não houver mudanças na legislação, o entendimento beneficiará novas agremiações partidárias, como a de Marina. Mas existe uma mobilização entre líderes partidários para que o fundo e o tempo de televisão não sejam divididos logo após o lançamento das novas legendas. O tema deve ser debatido no Congresso nas próximas semanas.
O ex-ministro do TSE Arnaldo Versiani, que deixou a Corte eleitoral em novembro do ano passado, acredita que as dificuldades para tirar o novo partido serão “imensas”. Ele lembra que na maioria dos casos o processo demora pelo menos dois anos. “No caso do PSD, havia muitos caciques, senadores, deputados e governadores que apoiavam a criação. A Marina terá que recolher quase meio milhão de assinaturas e depois isso é verificado na zona eleitoral em que o eleitor é cadastrado. É um processo bastante demorado” explica. Na votação que concedeu tempo de televisão e recursos do fundo partidário ao PSD antes mesmo que a legenda enfrentasse sua primeira eleição, Versiani foi contra. “Eu integrei a minoria que entendia que o partido teria que participar primeiro das eleições de 2012. Fui voto vencido, mas acredito que, como a decisão foi por ampla maioria e teve respaldo do Supremo, ela vai valer para outros partidos novos”, explicou.