Valor econômico, v. 21, n. 5088, 17/09/2020. Brasil, p. A11

 

Falta de insumos em alguns segmentos industriais é ‘bom problema’, diz Sachsida

Lu Aiko Otta

17/09/2020

 

 

Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, questão deverá ser resolvida em breve

A falta de insumos em setores industriais que vivem processo mais próximo de recuperação é “um bom problema” e este quadro deve ser normalizado em breve, disse ontem ao Valor PRO, o serviço de informações em tempo real do Valor, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.

“Isso mostra que as medidas econômicas adotadas pelo governo federal em conjunto com o Congresso Nacional deram excelentes resultados”, comentou. Ele disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, falava em recuperação em “V” já em abril, quando os efeitos da pandemia sobre a atividade econômica eram fortemente sentidos.

Pesquisa do IBGE mostrou que 47,6% das 3,2 milhões de empresas em funcionamento no país manifestaram dificuldade de acessar fornecedores na primeira quinzena de agosto. Esse percentual era de 38,6% na primeira quinzena de julho. Na segunda quinzena de julho, o percentual estava em 45,4%. De acordo com Sachsida, o dado demonstra que a intensidade do processo de retomada pegou fornecedores de surpresa. Ele disse acreditar que esse quadro será normalizado “em breve”.

Ontem, o Ministério da Economia listou os setores da economia mais afetados pela crise decorrente da pandemia. As atividades artísticas e o transporte aéreo lideram o ranking publicado no “Diário Oficial da União”.

Na sequência, figuram transporte ferroviário e metroferroviário de passageiros, transporte interestadual e intermunicipal de passageiros, transporte público urbano, serviços de alojamento, serviços de alimentação, fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, fabricação de calçados e de artefatos de couro e comércio de veículos, peças e motocicletas.

A lista foi elaborada com base na variação do faturamento de cada setor, calculados a partir de dados a Receita Federal. Além disso, foram levados em consideração o valor agregado e o pessoal ocupado. “Além da margem de cada setor, de acordo com as Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), buscou-se inserir as informações de maneira a levar em conta as particularidades de cada atividade econômica”, informou o Ministério da Economia, por meio de nota. “A lista destina-se apenas a orientar as instituições financeiras acerca dos setores mais atingidos”, complementou a pasta.