O globo, n. 31792, 22/08/2020. Economia, p. 38

 

Auxílio emergencial deve ter mais quatro parcelas de R$ 300

Geralda Doca

Naira Trindade

22/08/2020

 

 

Bolsonaro pretende anunciar prorrogação do benefício nos próximos dias

O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar na próxima semana a prorrogação do auxílio emergencial, com parcelas no valor de R$ 300 por mês, que serão pagas em setembro, outubro, novembro e dezembro. Os detalhes da prorrogação estarão em uma Medida Provisória (MP), segundo fontes do Palácio do Planalto, a ser enviada ao Congresso nos próximos dias. Bolsonaro disse ontem que o auxílio será prorrogado até dezembro, sem detalhar qual será o valor. 

— O auxílio emergencial foi bem-vindo, mas ele custa R$ 50 bilhões, e infelizmente não pode ser definitivo, mas vamos continuar com ele, mesmo com valores diferentes, até que a economia possa pegar em nosso país —afirmou o presidente durante discurso no Rio Grande do Norte. Segundo o site G1, Bolsonaro falou sore o futuro prazo do benefício ao se dirigir a uma apoiadora local, que sugeriu a prorrogação. — Até dezembro, só não sei o valor — respondeu o presidente. — Não pode ser eterno —acrescentou.

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, sempre defendeu uma parcela de R$ 200, mas o presidente considerou o valor insuficiente e optou por um meio-termo. Parlamentares defendem a prorrogação de R$ 600. Nesta semana, Bolsonaro havia dado prazo para definição sobre o benefício até ontem. Mas, segundo fontes, o presidente deve bater o martelo na segunda-feira em acordo com líderes da base de apoio no Congresso. Criado em abril por lei de iniciativa do Congresso, o auxílio no valor de R$ 600 seria pago inicialmente por três meses a informais, microempreendedores individuais, autônomos desempregados, além dos beneficiários do Bolsa Família. O objetivo inicial era ajudar essas pessoas a atravessar a crise na economia provocada pela pandemia do novo coronavírus. Mas, diante de incertezas e demora da retomada da atividade econômica, o governo ampliou o pagamento por mais dois meses, mantendo o valor da parcela em R$ 600, no fim de junho. 

A equipe econômica avalia que as pessoas ainda precisam de apoio, mas devido ao custo elevado do programa, de cerca de R$ 50 bilhões por mês, passou a defender Um valor menor. Isso vai exigir esforço da base de apoio no Congresso para aprovar a MP.

A expectativa é que a partir de janeiro, a população mais vulnerável seja coberta pelo Renda Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família. Bolsonaro não quer abrir mão de ter

Um programa social com sua marca para encarar as eleições de 2022. Segundo dados do Ministério da Econômica, o custo do auxílio está estimado em R$ 254,4 bilhões e até agora já foram desembolsados R$ 182,87 bilhões. A Caixa paga neste mês a quinta parcela do benefício.