Título: A cúpula dá as cartas
Autor: Amado, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 07/05/2012, Política, p. 4

Após visitar as nove sedes e tentar contato com o PSD, o Correio procurou presidentes, integrantes da Executiva Nacional e líderes dos partidos e fez as mesmas perguntas dirigidas aos militantes dos diretórios.

O presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN), citou espontaneamente a bandeira da redução de impostos como uma marca da sigla. Agripino definiu o partido como "de centro", citando a participação do DEM em associações internacionais centristas para justificar. Presidente do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) também lembrou a história do partido como seu diferencial. "O PMDB não só apoia os governos, mas os programas. É um partido confiável. Foi um partido de esquerda, durante muito tempo. Hoje, é um partido de centro", definiu.

Líder do PR na Câmara dos Deputados, Lincoln Portela (MG) evocou como marca do partido a defesa dos valores familiares. Sobre a aproximação com os deputados, citou um acordo interno da sigla. "Em cada estado ou município, o deputado majoritário é quem controla o diretório." O deputado Bruno Araújo (PE), líder tucano na Câmara, afirmou que o PSDB "é um partido que tem que oferecer posições claras sobre o seu projeto de país". Negou que essa não seja a postura diante das privatizações. "Hoje, a privatização não está na pauta do partido", afirmou. Presidente do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi citou a ligação histórica do partido com o trabalhismo como a principal marca da legenda. O mesmo fez o diretor de Comunicação do PTB, Honésio Ferreira.

Integrante da Executiva Nacional do PSB, Roberto Amaral afirmou que o partido não tem recursos para ter uma grande estrutura. "Evitamos o gigantismo. Preferimos militantes que conheçam bem o partido e suas propostas", defendeu. Secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz afirmou que o partido espera a definição da Justiça sobre o fundo partidário para investir em uma estrutura mais robusta.