Título: Gasolina congelada
Autor: Pinto, Paulo Silva
Fonte: Correio Braziliense, 20/02/2013, Economia, p. 10

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou ontem a possibilidade de o governo conceder novos reajustes para a gasolina e o diesel neste primeiro trimestre do ano, apesar de todos os apelos feitos pela Petrobras, cujo caixa enfrenta dificuldades. “Esse é um assunto que nós não estamos cogitando”, disse ele, depois de uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). O maior temor do governo é a disparada da inflação, o que levaria o Banco Central a cumprir a ameaça de elevar a taxa básica de juros (Selic).

Em 30 de janeiro, depois do aval da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras reajustou os preços da gasolina em 6,6%, e os do óleo diesel, em 5,4%. Esse aumento não eliminou, porém, a defasagem entre os valores praticados pela estatal no mercado interno e as cotações internacionais, o que tem provocado perdas por conta da disparada da importação de derivados de petróleo.

Os preços do etanol tiveram forte aumento em fevereiro e estão próximos aos da gasolina, o que torna mais vantajoso abastecer os veículos com o derivado do petróleo. Segundo especialistas, o movimento de alta do álcool tende a ser menor de agora em diante, devido à entrada da safra deste ano, cuja colheita deve começar mais cedo do que o normal. Levantamento da Job Economia indica que, desde o início do mês, o combustível da cana subiu 8,33% nas usinas de São Paulo, superando os 6,6% da gasolina.