Correio braziliense, n. 20941, 23/09/2020. Economia, p. 8
Guedes afina a pauta com líderes
Marina Barbosa
23/09/2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, mudou de estratégia e passou o dia de ontem em encontros com deputados, no sentido de estreitar as relações com a Câmara. O primeiro passo desse afinamento de ideias foi o almoço no apartamento do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Caciques do Centrão, como Arthur Lira (PP-AL), Diego Andrade (PSD-MG) e Baleia Rossi (MDB-SP), estiveram presentes.
No cardápio, o andamento das reformas tributária e administrativa, as negociações sobre o programa social que o governo e o Congresso tentam criar para 2021, e a desoneração da folha. E, pelo tom que os líderes deram ao final do encontro, tratou-se de um almoço produtivo. Além disso, foi uma forma de contornar a dificuldade de diálogo entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Diálogos são positivos para ficar claro para o ministério a questão da política, a importância de conciliar com a questão eleitoral. E, para a gente, ficou muito clara a urgência de aprovar essas matérias”, explicou o líder do PSD na Câmara, deputado Diego Andrade.
Os parlamentares, porém, mostraram ao ministro que aprovar as reformas ainda este ano, com as eleições municipais em novembro, é um “desafio”. Mas Guedes ressaltou a importância de destravar essa pauta. Conforme enfatizou o titular da economia, as reformas ajudarão a controlar os gastos públicos e a melhorar o ambiente de negócios, o que pode atrair investimentos.
“O objetivo da reunião era a aproximação, o diálogo constante. Não teve nenhuma decisão extraordinária, mas um diálogo positivo. Temos que continuar dessa forma, poder sentar, conversar, falar das dificuldades”, acrescentou Andrade.
“É uma aproximação do ministro com os líderes, que não têm muita convivência, para que possamos discutir alguns temas e criar mais proximidade, para que distensione alguns movimentos”, observou o líder do PP na Câmara, Arthur Lira.
O anfitrião Ricardo Barros (PP-PR) havia dito que, agora, a intenção é essa: criar convergências entre o governo e o Congresso, antes de oficializar quaisquer propostas. Os líderes concordam que a estratégia é positiva, tanto para evitar desgastes, quanto para garantir que pautas importantes tramitem com mais celeridade.