Correio braziliense, n. 20945, 27/09/2020. Política, p. 4

 

Insistência no novo tributo

Alessandra Azevedo 

27/09/2020

 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende apresentar, amanh,ã a segunda parte da reforma tributária ao presidente Jair Bolsonaro e a líderes partidários. A ideia é desonerar a folha de pagamentos das empresas e, para compensar a perda na arrecadação, criar um novo tributo. Ele reuniu-se ontem, no Ministério da Economia, com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), para acertar os detalhes da proposta.

A equipe econômica apresentará mais de uma alternativa, para que o presidente e as lideranças da base avaliem qual é a melhor. A meta é conseguir o aval de Bolsonaro para tocar o assunto e o parecer dos parlamentares sobre qual é a chance real de que a proposta avance no Congresso, já que a criação do imposto é uma medida impopular. “Teremos um texto para ele (Bolsonaro) escolher. Os líderes também poderão opinar. Só será anunciada a solução que já tiver passado pelo crivo do presidente e senhores líderes da base do governo, porque isso dá uma maior previsibilidade na aprovação da matéria”, explicou Barros.

O novo imposto, que compensaria a perda de arrecadação, deve incidir sobre todas as movimentações financeiras, nos moldes da extinta CPMF, ideia que enfrenta resistências no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é um dos maiores opositores. Além disso, parte dos parlamentares acredita que a proposta, se enviada à Comissão Mista da Reforma Tributária, pode contaminar a discussão dos projetos em andamento, que simplificam a cobrança de tributos sobre o consumo.