Título: TCB faz inventário das empresas
Autor: Campos , Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 26/02/2013, Cidades, p. 19

Para assegurar a operação das empresas Rápido Brasília, Viva Brasília e Rápido Veneza, o Governo do Distrito Federal criou um fundo a fim de custear despesas de recuperação da frota, com aquisição de peças e pneus, além de compra de combustível. Trata-se de um colchão de investimentos no montante de R$ 15 milhões que poderá ser usado até mesmo para pagamentos de encargos sociais e de rescisões trabalhistas dos empregados das permissionários do Grupo Amaral. O dinheiro será somado à receita diária das empresas.

Com a intervenção, o governo passa a ter a chave do cofre do que entra com o pagamento de tarifas. A estimativa é de que as companhias faturem R$ 6 milhões por mês. Antes de tomar a medida, o governador Agnelo Queiroz e sua equipe fizeram reuniões com representantes do Sindicato dos Rodoviários para garantir que não haverá demissões. Pelo contrário. O compromisso é de que as dívidas trabalhistas sejam quitadas pela nova gestão.

As empresas atrasam os salários há mais de um ano. Parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também não foi depositada. "A intervenção foi uma medida de força do governo, que atendeu um pedido do próprio sindicato. Não havia mais como suportar uma situação que era de profundo abandono dos serviços", afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários, João Osório.

A primeira medida adotada pela equipe da intervenção a ser coordenada pelo presidente da Sociedade de Transporte Coletivo (TCB), Carlos Koch, tomada ainda ontem, foi a realização de um inventário das empresas, principalmente da situação da frota. O governo precisou comprar 20 mil litros de diesel apenas para abastecer duas garagens, em São Sebastião e em Sobradinho. Os tanques estavam completamente vazios.

Além disso, mais da metade dos ônibus está quebrada. Uma investigação apontou que o Grupo Amaral passou a usar veículos cadastrados no DF nas linhas que opera na região do Entorno, onde tem contrato em vigor pelos próximos três anos. "Pelo menos cinco ônibus do DF circulavam nos municípios vizinhos", revelou o diretor-geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella.

Técnicos e analistas da autarquia ficarão encarregados da gestão das companhias. Com a experiência técnica, eles poderão reequilibrar a operação das linhas a cargo do Grupo Amaral até que o novo sistema, com a licitação concluída, entre em vigor. Agnelo disse ontem que não há prazo para a conclusão desse trabalho. A intervenção deve permanecer até a nova fase do sistema.