Título: Dilma rebate as críticas
Autor: Hessel, Rosana ; Correia, Karla
Fonte: Correio Braziliense, 28/02/2013, Economia, p. 11

Diante da disparada dos preços que ameaça o poder de compra do brasileiro, a presidente Dilma Rousseff usou boa parte do seu discurso aos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) para enfatizar que governo não é leniente com o controle da inflação. Ela também procurou tranquilizar o mercado ao afirmar que não vai abandonar o tripé da política macroeconômica, composto por metas para inflação, taxa de câmbio flutuante e geração de superavit primário. “É um absurdo dizer que nós não mantemos todos os nossos compromissos com os pilares da estabilidade”, afirmou ontem no Palácio do Planalto durante a 40ª reunião do “Conselhão”.

O mercado espera amanhã a divulgação oficial do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1% em 2012, a inflação (de 6,2% em 12 meses) dá sinais de que vai superar o teto da meta (de 6,5% ao ano), aumentando a preocupação do setor produtivo. Nos dois primeiros anos do governo Dilma, a economia brasileira teve o pior desempenho desde a crise de 2009.

Ao avaliar o cenário internacional, a presidente afirmou que, neste ano, as perspectivas econômicas são melhores. Diante disso, reiterou o convite aos empresários para participarem do programa de concessão em infraestrutura, que prevê R$ 470 bilhões em investimentos, dos quais cerca de R$ 250 bilhões só em logística. Também garantiu que está comprometida em aumentar a competitividade do país e que as medidas adotadas pelo governo, como as desonerações da folha, a redução do custo de energia e o programa de concessões, foram em direção ao aumento da eficiência e à redução dos gargalos que travam o crescimento.

Dilma ressaltou ainda que para o Brasil ser uma nação desenvolvida é preciso chegar a uma taxa de investimentos de 25% do PIB. No fim do evento, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, reconheceu que atingir esse patamar não será fácil. “A gente quer isso, mas é gradual, leva tempo. Este ano, devemos fechar em 18%, mas tentaremos os 25% até o fim do mandato”, disse. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, essa será uma missão quase impossível, apesar de necessária, pois, há 20 anos o investimento oscila entre 18% e 19%.