O Estado de São Paulo, n.46289, 12/07/2020. Política, p.A10

 

Especialistas da OMS investigam origem do vírus na China

12/07/2020

 

 

Missão irá apurar ainda como foi a resposta do país à pandemia, que começou em Wuhan no fim do ano passado

Averiguação. Escola mede temperatura de aluno em Wuhan

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) desembarcaram ontem em Pequim para uma missão que pretende determinar a origem da pandemia do novo coronavírus.

Um epidemiologista e um especialista em saúde animal da instituição se reunirão nos próximos dias com autoridades chinesas e devem preparar o caminho para uma missão futura que pretende esclarecer, por exemplo, se o vírus infectou o homem a partir de um animal e se usou na trajetória um animal intermediário.

A OMS pretende reunir as peças de um quebra-cabeça que pode responder o que aconteceu no fim do ano passado na cidade chinesa de Wuhan, onde surgiu o vírus, e como evitar uma nova pandemia, explicou durante a semana a porta-voz da instituição, Margaret Harris.

O anúncio da missão foi elogiado pelos Estados Unidos, o país que mais critica a OMS por sua gestão da pandemia e que decidiu abandonar e parar de financiar a agência da Organização das Nações Unidas (ONU). Para o presidente Donald

Trump, que primeiro elogiou a resposta chinesa, mas depois passou a criticá-la, a OMS não teria cobrado iniciativas mais rápidas dos chineses logo que o vírus surgiu.

Na sexta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que "apenas uma ação agressiva combinada com a unidade nacional e a solidariedade mundial podem reverter a trajetória da pandemia".

Balanço. De acordo com a OMS, os casos do novo coronavírus atingiram a marca de 12,3 milhões em todo mundo, dos quais quase um quarto está concentrado nos Estados Unidos, que já superou 3 milhões de infectados.

As mortes por covid-19 totalizam 556.335 em todo o planeta, sendo o continente americano com o maior número (279 mil), seguido pela Europa com mais

de 201 mil óbitos.

As taxas de novos infectados continuam a aumentar no continente americano, sul e sudeste da Ásia e África, enquanto já por várias semanas se estabilizam na Europa, Oriente Médio e no leste da Ásia-Pacífico.

Quatro dos dez países do mundo com o maior número de casos (Peru, Chile, México e Brasil) são latino-americanos, enquanto a Espanha caiu para o nono lugar. A OMS ainda alertou para um forte aumento na África do Sul, que ocupa a 11.ª posição com mais de 250 mil infectados. O número de pacientes recuperados, segundo dados dos órgãos nacionais de saúde compilados pela OMS, somam 7,4 milhões, mais de 60% dos casos registrados.

Já as pessoas que seguem internadas em estado grave têm se mantido estáveis em 58 mil em todo o mundo por semanas, embora a porcentagem do total de casos ativos tenha caído nas últimas semanas de 2% para 1%. / EFE e AFP