Título: R$ 36 milhões para o material escolar
Autor: Maia, Amanda
Fonte: Correio Braziliense, 27/02/2013, Cidades, p. 37

Cerca de 130 mil estudantes da rede pública de ensino receberão um cartão de débito com uma quantia entre R$ 202 e R$ 323 para adquirir lápis, uniformes, cadernos, livros e outros materiais escolares. As secretarias de Educação e da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária pretendem, com o incentivo, dar suporte financeiro para as 72 mil famílias do Programa Bolsa Família comprarem os itens da lista e fomentar a economia do Distrito Federal. Os alunos cujos pais ou responsáveis integram o programa federal deverão fazer as compras, a partir de 6 de março, em uma das 210 papelarias credenciadas pelo governo. No total, o Executivo deverá desembolsar R$ 36 milhões.

O valor repassado depende do número de estudantes na família e do ano em que eles estão matriculados. Para o aluno do 1º ao 5º ano, serão entregues R$ 323; para o do 6º ao 9º ano, R$ 228; e para o do ensino médio, R$ 202. As crianças e os adolescentes do mesmo núcleo familiar terão apenas um cartão com o valor total acumulado. O crédito fica disponível até 90 dias após o recebimento. Os beneficiados devem retirar o cartão na escola dos filhos a partir de quarta-feira da próxima semana. As senhas que possibilitarão o uso precisam ser criadas nas agências do Banco de Brasília (BRB) em 7, 8, 11, 12 ou 13 de março. O atendimento vai das 9h às 11h.

O lançamento oficial da medida ocorreu na tarde de ontem no Palácio do Buriti. O evento contou com a participação do governador Agnelo Queiroz; do secretário de Educação, Denilson Bento da Costa; do secretário da Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária, Vitor Correa; do diretor do BRB, José Flávio Rabelo; e José Aparecido da Costa, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria (Sindipel), além de educadores, empresários e pais de alunos.

Autoestima

O governador Agnelo Queiroz afirmou que a iniciativa envolve diferentes segmentos do governo e da sociedade civil. “A maioria das papelarias e dos alunos estão nas áreas mais pobres do DF. Com o cartão, irrigamos nossa economia e damos dignidade às famílias. Elas não vão mais receber um kit pronto, sem opção. Agora, o estudante vai para a escola com satisfação e autoestima elevadas”, acredita. A diarista Adriana Cardoso da Costa, de 36 anos, concorda que muitas crianças que recebiam a antiga cesta ficavam constrangidas de usar o material fornecido pela secretaria. “Tinha tênis, meia, uniforme e material, mas tudo vinha com a sigla do GDF. Amigas minhas já me contaram que os filhos ficavam com vergonha e não usavam”, descreve.