Valor econômico, v. 21, n. 5111, 21/10/2020. Brasil, p. A2

 

Governo federal assina protocolo para compra de vacinas da chinesa Sinovac

Rafael Bitencourt

21/10/2020

 

 

Média de casos e mortes de covid fica estável na semana móvel

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou ontem, em reunião do Fórum dos Governadores, que assinou protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac. O anúncio tem como pano de fundo a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que colocaram as discussões sobre a vacina faturar politicamente com as estratégias de enfrentamento da pandemia.

De acordo com o Ministério da Saúde, o protocolo de intenções “é mais um passo na estratégia de ampla oferta de vacinação aos brasileiros”. A expectativa da pasta é que 186 milhões de doses sejam disponibilizadas ainda no primeiro semestre de 2021, somadas as três vacinas em análise - AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac.

O comunicado detalha que Pazuello informou que as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os Estados”, garantiu o ministro.

O Ministério da Saúde destacou que a Butantan-Sinovac e a AstraZeneca estão em etapas avançadas de produção (fase três), quando são testadas em milhares de pessoas. “É importante ressaltar que elas devem ser liberadas pela Anvisa e ter eficácia e segurança garantidas - conforme preconiza o Ministério da Saúde. O primeiro grupo a ser imunizado vai compreender os profissionais de saúde e grupos de risco”, informou na nota.

Anteontem, Bolsonaro disse a apoiadores que a vacina contra a covid-19 não será obrigatória. Antes, o governador João Doria havia afirmado que a vacinação no Estado seria obrigatória a todos que não apresentassem qualquer restrição médica.

O país registrou 662 mortes pela covid-19 em 24 horas (até 20h de ontem), chegando ao total de 154.888 óbitos desde o começo da pandemia, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa. A média da semana móvel encerrada ontem foi de 546 mortes por dia, com queda de 13% em relação à semana móvel anterior, o que, estatisticamente, representa estabilidade.

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 5.274.817 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 23.690 desses confirmados no último dia. A média móvel de novos casos foi de 22.856 por dia, uma variação de -15% em relação aos casos registrados em 14 dias.

O consórcio de veículos de imprensa é formado pelos jornais “O Globo”, “Extra”, “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, bem como os portais UOL e G1.

Os dados são apurados junto às secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal. Diariamente o consórcio divulga três boletins, às 8h, 13h e 20h.