Título: Orçamento pendente
Autor: Almeida, Amanda; Abreu, Diego; Braga, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 08/03/2013, Política, p. 2
Mesmo depois de votar os vetos à lei dos royalties, cuja polêmica travava a pauta do Congresso, os parlamentares não conseguiram analisar, na madrugada de ontem, o Orçamento de 2013. Em uma situação inusitada, a Câmara dos Deputados aprovou a matéria na sessão que uniu as duas Casas e começou na quarta-feira, mas o Senado não chegou a um acordo para votá-la. A expectativa é que uma nova tentativa seja feita na próxima terça-feira.
O Orçamento começou a ser analisado depois da votação dos royalties, que se estendeu por quatro horas e entrou na madrugada de ontem. Embora os deputados tenham chegado a um acordo e aprovado a proposta, a oposição do Senado obstruiu a análise. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) alegou que a peça orçamentária não poderia ser votada antes dos mais de 3 mil vetos presidenciais — alguns pendentes de avaliação há mais de 10 anos. “Está na Constituição e não podemos rasgá-la”, disse Nunes.
O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), argumentou que, ano após ano, vários orçamentos foram votados mesmo com vetos presidenciais pendentes. Nunes não aceitou a justificativa e ameaçou pedir verificação de quórum, o que, pelos cálculos da base, derrubaria a sessão, já que passava de 1h30 e muitos senadores haviam ido embora. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou uma nova reunião para terça-feira.