O globo, n. 31832, 01/10/2020. Sociedade, p. 12

 

Doria diz que SP terá vacinação a partir de 15 de dezembro

01/10/2020

 

 

lmunizante segue em fase de testes e depende da liberação da Anvisa para começara ser aplicado

 O governo de São Paulo informou ontem que vai começar a vacinar os profissionais de saúde que lidam diretamente com o novo coronavírus em 15 de dezembro. A medida, no entanto, ainda depende da aprovação da vacina chinesa, a CoronaVac, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O governador João Doria ainda espera sinalização do governo federal sobre a compra das 60 milhões de doses da CoronaVac já previstas em contrato com a farmacêutica chinesa Sinovac. Esse aceno do governo federal autorizando a compra das vacinas para serem aplicadas via Programa Nacional de Imunização (PNI) ainda não feito.

O governador destacou, no entanto, que não vai deixar de aplicar o imunizante na população paulista caso haja “divergência política” e “ideológica”.

— Se pudermos fazer, faremos em conjunto com o governo federal através do Ministério da Saúde —destacou João Doria, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

— Se houver qualquer atitude de ordem política, ideológica ou discriminatória em relação a São Paulo, São Paulo faz a importação e a imunização dos brasileiros aqui.

Em outubro, a previsão é que 6 milhões de doses cheguem ao Instituto Butantan já prontas para o uso. Posteriormente, serão processadas na fábrica brasileira mais 40 milhões de doses até dezembro e outras 14 milhões até fevereiro do ano que vem. Ontem, o governo de São Paulo assinou o contrato com a chinesa Sinovac sobre a produção destas 60 milhões de doses, no valor de R$ 90 milhões.

SEM EFEITOS ADVERSOS

Atualmente, a CoronaVac está em fase 3 de testes. Até o momento, os estudos não mostram efeitos adversos significativos da vacina. Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, 7 mil dos 13 mil voluntários brasileiros previstos já foram vacinados. A expectativa é que o término da vacinação dos mesmos ocorra em 15 de outubro.

— Depois de 15 de outubro, não se vacina mais, apenas acompanhamos os voluntários. O calendário então depende da incidência dos casos de Covid-19 nos 13 mil voluntários — explica Dimas Covas.

— Depois de 15 de outubro, não se vacina mais, apenas acompanhamos os voluntários. O calendário então depende da incidência dos casos de Covid-19 nos 13 mil voluntários — explica Dimas Covas.

Quando ocorrer a infecção em ao menos 61 pessoas, é possível entrar com a chamada remessa de documentação. Enquanto não ocorrer, explica Covas, é necessário aguardar. Depois, quando 154 apresentarem a infecção, haverá a demonstração mais clara da eficácia da vacina.

— A partir de então podemos partir para o processo de registro —diz Covas. —Esperamos que até o final de novembro esses dados estejam disponíveis para permitir o registro pela Anvisa. Mas isso ainda é uma projeção.