O globo, n. 31836, 05/10/2020. Economia, p. 17

 

Pix, novo meio de pagamento, começa cadastramento hoje

Gabriel Shinohara

05/10/2020

 

 

Instrumento lançado pelo Banco Central vai permitir transferências e Operações instantâneas, apenas com uma chave

 Começa hoje o prazo para se cadastrar no Pix, o novo meio de pagamento lançado pelo Banco Central que vai permitir transferências e pagamentos instantaneamente. O sistema entra em vigor no dia 16 de novembro, mas o cadastro é o primeiro passo. Com o Pix será possível pagar boletos, contas de luz, impostos ou compras. O serviço foi elaborado pelo Banco Central juntamente com bancos, fintechs e cooperativas.

O cadastro significa na prática fazer o registro da “chave Pix”, que funciona como a identificação do usuário. A intenção é facilitar as transações, sem precisar informar número da conta, agência, CPF e nome, como é hoje.

O Pix será mais um meio de pagamento, assim como o boleto, e mais uma maneira de transferir recursos, como TED e DOC. Ele terá a vantagem, porém, de permitir operações em qualquer horário e com mais rapidez.

Quem poderá utilizar?

Qualquer pessoa física ou empresa que tenha conta corrente, conta de depósito ou de pagamento pré-paga.

O que é uma chave Pix?

A chave é um meio de identificar a conta do usuário. São quatro tipos de chave: CPF ou CNPJ, e-mail, número de celular e uma chave de segurança aleatória de números e letras. No momento da transferência, em vez do usuário ter que informar nome, CPF, número da conta e da agência, como é feito atualmente, no Pix ele apenas terá que colocar a chave Pix.

Como cadastrar as chaves ?

O registro das chaves será feito por um dos canais de acesso da instituição onde o cliente tem conta, seja aplicativo ou site. Para realizar o cadastro, o cliente precisa confirmar a posse da chave e vincular à conta do Pix. Por exemplo, no caso do uso do e-mail ou do telefone celular como chave, o usuário receberá um código por SMS ou por e-mail que deverá ser inserido no aplicativo para confirmar sua identificação.

Quando o PIX começa a valer?

A partir de 16 de novembro. A fase de testes com um número limitado de usuários começa em 3 de novembro.

Como é a transferência via Pix?

O Pix vai aparecer no aplicativo do banco ou da fintech na qual o consumidor tem conta como mais uma opção de transferência, ao lado de TED e DOC. Ao selecionar a opção, quem estiver usando o serviço poderá digitar uma identificação de quem vai receber o dinheiro, seja um CPF, e-mail ou telefone celular, a chave Pix. Quem estiver enviando os recursos então coloca o montante a ser transferido e aprova a transação. Quem vai receber pode gerar um QR code e apresentar ao pagador.

Qual o custo?

Para transferências entre pessoas físicas e pagamento de pessoas físicas a empresas, o Pix será gratuito. Para microempresários individuais (MEIs) a gratuidade será para compras e transferências. Nas vendas com finalidade comercial, pode ser tarifado. Em transações entre empresas, bancos e fintechs podem cobrar taxa.

Como acesso o Pix?

Em qualquer plataforma que a instituição financeira decidir. No entanto, o BC espera que o celular seja o canal mais usado. No início, será necessário ter acesso à internet, mas o BC prevê que um serviço offline esteja disponível em 2021.

Haverá um limite de valor para cada transação?

O BC não definiu limite para o Pix, mas as instituições financeiras poderão colocar valores máximos para cada transação que não poderão ser menores do que os limites de outras opções de pagamento.

É seguro?

As informações pessoais são protegidas pelo sigilo bancário e as medidas de segurança já adotadas pelas instituições em TEDs e DOCs serão utilizadas no Pix.