O globo, n. 31841, 10/10/2020. Sociedade, p. 16

 

SP deve decidir no dia 21 como será a distribuição da vacina chinesa

Ana Letícia Leão

10/10/2020

 

 

Enquanto Doria afirmou que encontro com o Ministério da Saúde promete ser 'definitivo', a secretária executiva da pasta minimizou as negociações do governo federal com a CoronaVac
O governador de São Paulo, João Doria, sinalizou ontem que reunião no próximo dia 21 de outubro, no Ministério da Saúde, definirá os próximos passos em relação à distribuição da CoronaVac, vacina contra o coronavírus desenvolvida entre a chinesa Sinovac e o Butantan Instituto. O governo espera repasse do ministério para a compra de 60 milhões de doses do CoronaVac já previstas em contrato. O que ainda não se sabe é se essa aquisição será feita pelo governo federal ou pelo próprio governo de São Paulo. Apesar de estar em fase final de testes, o imunizante ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No final da tarde de ontem, porém, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, minimizou o compromisso ao dizer que "não se pode comprar o que não existe" e ao afirmar que a relação do governo federal com o estado de São Paulo no CoronaVac é o mesmo mantido com desenvolvedores de outros imunizantes com sucesso potencial. - Em relação à vacina CoronaVac, nossos entendimentos com o estado de São Paulo, com o Instituto Butantan, estão no mesmo patamar dos entendimentos bilaterais com os laboratórios com os quais estamos entrando em contato. Franco reforçou que a União busca uma vacina segura e eficaz em quantidade suficiente, entre outras exigências. Para ele, o CoronaVac "pode ser um dos primeiros a estar pronto para ser comercializado e aprovado pela Anvisa", devido à fase avançada de testes. Anteontem, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e o presidente do Butantan, Dimas Covas, estiveram com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em Brasília. O tema do futuro encontro, porém, ainda não foi definido.

—A reunião do próximo dia 21 deve ser final, porque teremos completado a última fase dos testes de vacina, ela já estará sendo avaliada pela Anvisa, e teremos recebido os 5 milhões de doses em São Paulo. Estaremos prontos para vacinar - disse Doria. Com o imunizador aprovado, o governador diz que já pode começar a vacinar os profissionais de saúde a partir de 15 de dezembro. Ele também afirmou que já recebeu governadores, senadores e deputados interessados ​​em comprar a vacina chinesa, enquanto não houver posicionamento do Ministério da Saúde. - Nossa conversa é sempre republicana. Todos estão preocupados porque querem a vacina. E você sabe que a vacina mais avançada no momento é o Butantan, que está nos últimos dias de testes. Segundo Doria, o plano é seguir com o CoronaVac via Programa Nacional de Imunizações (PNI), bem como outros imunizantes, como a gripe. Porém, se não houver interesse do governo federal, São Paulo tem um "Plano B", disse o governador. - Se houver algum viés político, eleitoral ou ideológico, São Paulo vai adotar a vacina e vamos imunizar os brasileiros de São Paulo, sim. E é claro que vamos disponibilizar para que outros estados o adquiram. Isso, sim, é um Plano B. A previsão é que cheguem ao Butantan 6 milhões de doses já prontas para uso neste mês. Depois, 40 milhões de doses serão processadas na fábrica brasileira até dezembro e outras 14 milhões até fevereiro. São Paulo vai adotar a vacina e vamos imunizar os brasileiros de São Paulo, sim. E é claro que vamos disponibilizar para que outros estados o adquiram. Isso, sim, é um Plano B. A previsão é que cheguem ao Butantan 6 milhões de doses já prontas para uso neste mês. Depois, 40 milhões de doses serão processadas na fábrica brasileira até dezembro e outras 14 milhões até fevereiro. São Paulo vai adotar a vacina e vamos imunizar os brasileiros de São Paulo, sim. E é claro que vamos disponibilizar para que outros estados o adquiram. Isso, sim, é um Plano B. A previsão é que cheguem ao Butantan 6 milhões de doses já prontas para uso neste mês. Depois, 40 milhões de doses serão processadas na fábrica brasileira até dezembro e outras 14 milhões até fevereiro.

 REABERTURA

Ontem, 76% do estado de São Paulo saiu da fase amarela e avançou para a fase verde do plano de retomada das atividades. Isso significa mais estabilidade em relação ao controle do novo coronavírus e maior agilidade na quarentena, como o lançamento, a partir de hoje, de cinemas, museus, teatros e eventos. - Seis regiões paulistas avançam, e 76% da população segue para a fase verde do plano, incluindo a capital. Na 14ª requalificação, as regiões de Campinas, Piracicaba, Sorocaba, Taubaté, Baixada Santista e Grande São Paulo evoluíram de fase - anunciou Doria.

O plano de retomada das atividades contempla cinco fases, passando pelo vermelho, amais crítico, chegando ao Azul, considerado o controle da doença. Afas everde é um pré-azul. Com isso, entende-se que o vírus está em fase decrescente e, portanto, há menos restrições.