Título: Atividade industrial em alta
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Fonte: Correio Braziliense, 13/03/2013, Economia, p. 12

A indústria brasileira voltou a trabalhar em marcha acelerada. Em janeiro, o nível de utilização da capacidade instalada chegou a 84%. Esse percentual é 1,1% maior que o índice registrado em dezembro do ano passado e o mais expressivo desde janeiro de 2011. Esse crescimento pode indicar que, perto de esgotar as possibilidades de produzir na quantidade exigida pelo mercado, o setor industrial voltará a expandir os investimentos e ampliar as unidades fabris para elevar a oferta de mercadorias aos clientes e consumidores.

Apesar do resultado positivo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade representativa que divulgou os dados ontem, acredita que será necessário observar os resultados de fevereiro para que a previsão se confirme. “Há indícios mais claros e concretos de que o setor industrial está numa trajetória de recuperação moderada nesses primeiros meses de 2013”, avaliou gerente executivo de política econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “Caso o uso da capacidade se mantenha nesse patamar, é um sinal de que os investimentos podem voltar na indústria de transformação”, completou Marcelo Ávila, economista da entidade.

Os dados do setor estão em sintonia com os divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana, que mostraram aumento de 2,5% na produção industrial no primeiro mês de 2013. Apesar disso, segundo a CNI, o faturamento real caiu 4,2% em comparação com dezembro passado. Para Castelo Branco, isso ocorreu porque os níveis de estoque estão baixos. As horas trabalhadas, consideradas um sinalizador do nível de atividade na indústria, subiram 0,8% em janeiro, na maior alta dos últimos cinco meses. Já o emprego caiu 0,4%.

Infraestrutura Os planos do governo para privatizar portos, aeroportos, ferrovias e rodovias estão atraindo investidores estrangeiros para o país. Representantes da empresa finlandesa Konecranes, fabricante de pontes rolantes, estão de olho, por exemplo, nas oportunidades de negócio que serão geradas pelas novas regras concessão e exploração de terminais marítimos.

A companhia possui 70 empregados e uma fábrica em Sorocaba (SP). Segundo o vice-presidente para a América Latina da Konecranes, Tom Sothard, o país busca cada vez mais novas tecnologias, inovação e formação de mão de obra. “Temos esses mesmos valores e o Brasil está entre as nossas três prioridades de investimento. Devemos dobrar nosso faturamento neste ano”, disse ele.