Título: Pobreza, obediência e castidade
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 14/03/2013, Sucessão no Vaticano, p. 1

A história da Companhia de Jesus está diretamente ligada ao trabalho de catequese e, portanto, de manutenção e expansão do catolicismo pelo mundo. Mais conhecida como Ordem dos Jesuítas, foi aprovada por bula papal em 1540 e tem como patrono santo Inácio de Loyola. Ele foi um dos fundadores da companhia e escreveu as constituições que imprimiram a ela características de uma organização disciplinada, que valoriza a abnegação e a obediência ao papa e aos superiores hierárquicos. Com o lema “para a maior glória de Deus”, os principais votos dos jesuítas são a pobreza, a obediência e a castidade.

Segundo o historiador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Thiago Dantas, os jesuítas e os franciscanos chegaram à América com o objetivo de promover a catequese, em um momento de crescimento do protestantismo na Europa. Os jesuítas pisaram pela primeira vez em terras brasileiras em 1549. Ancoraram em Belém e seguiram para a Bahia. Em março daquele ano, foi celebrada a primeira missa em território brasileiro.

Os jesuítas sempre tiveram importante papel na área da educação. Durante séculos, afirma Thiago Dantas, a instrução formal no Brasil era estritamente religiosa. Hoje, a Rede Jesuíta de Educação é composta por mais de 180 colégios, 200 universidades e faculdades, além de 2,7 mil centros chamados de Educação Popular Fé e Alegria.

Envolvidos nos momentos de maior tensão da igreja, descontentes com a subordinação à Coroa Portuguesas e acusados de atrapalhar a colonização por impedirem o trabalho dos índios nas minas de ouro, os jesuítas acabaram expulsos no Brasil no século 18. Retornaram e, em 1814, restauraram a Companhia de Jesus no país.